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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

AS CINCO MAIORES RELIGIÕES DO MUNDO - JUDAÍSMO

A Estrela de David é símbolo gráfico da identidade nacional judaica e tornou-se mais difundida quando os praticantes de Cabala da Europa o introduziram ao final da Idade Média. Ficou mais difundida quando os cabalistas fizeram com ela o desenho central de amuletos e talismãs protetores. A Estrela de David foi adotado pelos sionistas como símbolo nacional judaico.

Conheça um pouco da história do Judaísmo

RICARDO FELTRIN
Editor-Chefe da Folha Online


A história do judaísmo começa com Abrahão, por volta do ano 2.100 a.C. Abrahão morava na Mesopotâmia quando recebeu uma mensagem de Deus ordenando-o a abandonar sua terra natal e a seguir para um novo local, onde seria "fundado" o povo de Deus. A esse povo Deus garantiu bençãos, favores e sua predileção. O local escolhido foi a terra de Canaã.

Abrahão obedeceu e partiu. Mais tarde, quando morreu, seu poder foi passado ao filho Isaac e deste para Jacob, que por sua vez o dividiu entre seus 12 filhos. Um deles era José, que mais tarde seria vendido como escravo ao faraó, rei do Egito.

José era tão sábio e foi tão querido pelo faraó (rei do Egito) que ganhou um cargo e poderes imensos: chegou a ser uma espécie de vice-rei. Imediatamente José tratou de dar a seus irmãos mais terras, para que as cultivassem. Assim os israelitas começaram a prosperar.

Esse foi o problema: prosperaram tanto e se tornaram tão ricos e tão numerosos que assustaram o reino egípcio. Resultado: foram subjugados militarmente e submetidos à escravidão. O faraó ainda não estava satisfeito. Pretendia interromper de forma definitiva sua expansão: decidiu que todos os varões que nascessem nas famílias israelitas deveriam ser mortos. E assim foi feito, e de forma cruel. Às meninas, no entanto, era dado o direito à vida.

Um desses bebês, cujo destino certo era a morte, foi escondido por seus pais dos soldados egípcios. Os pais conseguiram isso durante três meses. Quando a vida do bebê passou a correr perigo iminente, seus pais o colocaram numa cesta e o soltaram no rio Nilo.

Quis o destino que uma das filhas do faraó visse o cestinho boiando nas águas e ouvisse o choro do bebê. Ela tratou de resgatá-lo e o menino ganhou o nome de Moisés, ou Moschê, que pode significar "retirado" ou "nascido das águas".

Moisés cresceu e estudou dentro do reino egípcio, sempre muito bem tratado, apesar de sua salvadora saber que era filho de hebreus.

Um dia, enquanto ainda vivia no reino, Moisés foi visitar seus "irmãos" hebreus e viu um deles ser ferido com crueldade por um egípcio. Irado, Moisés matou o egípcio e escondeu seu corpo na areia. Mas as notícias correram rapidamente: o faraó soube do crime e decidiu mandar matar Moisés. No entanto, ele conseguiu fugir para a terra de Madiã.

Foi ali que ele conheceria sua primeira mulher, filha do sacerdote local, chamada Séfora. Ela lhe deu um filho, que ganhou o nome de Gerson (que significa "hóspede").

"Porque sou apenas um hóspede em terra estrangeira", diz Moisés no capítulo 2, versículo 22 do Êxodo.

Passaram-se os anos, o faraó que perseguia Moisés morreu, mas os israelitas (ou hebreus) continuavam sob o jugo egípcio. Diz a Bíblia que Moisés se compadeceu do sofrimento de seu povo e clamou a Deus pelos seus irmãos. Deus o ouviu.

Deus apareceu para Moisés pela primeira vez numa fogueira de sarça, feita no monte Horeb. E lhe disse:

"(...) Eis que os clamores dos israelitas chegaram até mim, e vi a opressão que lhes fazem os egípcios. Vai, te envio ao faraó para tirar do Egito os israelitas, meu povo (Êxo, 3, 9-10)."

Apesar de achar que nem o novo faraó nem seus próprios irmãos acreditariam nele, Moisés fez o que Deus mandou. Voltou ao Egito e contatou o faraó. Este parecia inabálavel na decisão de manter os hebreus escravos.

O faraó só mudou de idéia depois que viu seu reino ser atingido por dez pragas enviadas diretamente por Deus. Finalmente, ele permitiria a libertação dos israelitas. Na verdade, foi uma expulsão.

É aí que começa a primeira grande movimentação de um povo na história. A Bíblia fala em 600 mil vagando pelo deserto durante 40 anos, em direção à terra prometida. Atravessaram o golfo ocidental do Mar Vermelho.

Nasce o Judaísmo

Durante essas quatro décadas Deus comunicou-se diretamente com Moisés e deu todas as leis a serem seguidas por seu "povo eleito". Os dez mandamentos, o conjunto de leis sociais e penais, as regras dos alimentos, os direitos sobre propriedades... Enfim, tudo foi transmitido por Deus a Moisés, que retransmitia cada palavra ao povo que o seguia. Era o nascimento do Judaísmo.

A missão não foi fácil nem para Deus: durante os 40 anos que "acompanhou" os israelitas no deserto, o Todo-Poderoso voltou a constatar os terríveis defeitos da natureza humana. Cansados, sem esperança e desconfiados de Moisés, muitos iriam atacá-lo e criticá-lo. A incredulidade e a desobediência dos israelitas eram tamanhas que, algumas passagens, Deus pondera em destrui-los e a dar a Moisés outro povo (a primeira vez que Deus "lamenta" ter criado a raça humana está em Genesis 6, 6).

Mas Moisés não queria outro povo. Clamou novamente a Deus para que perdoasse os erros dos israelitas. Era com eles que queria seguir até a terra prometida. Deus aquiesceu.

Moisés levou a cabo sua missão. Subiu as planícies de Moab ao monte Nebo, em frente a Jericó (hoje uma área sob controle palestino) e legou aos seus descendentes o Torah (o Velho Testamento).

"Eis a terra que jurei a Abraão, Isaac e a Jacó dar à tua posteridade. Viste-a com os teus olhos, mas não entrarás nela (disse Deus). E Moisés morreu." (Deut, 34, 4-5).

"Não se levantou mais em Israel profeta comparável a Moisés, com quem o Senhor conversava face a face." (Deut, 34, 10).

E os judeus passaram a seguir apenas as leis do Torah. Jesus Cristo não é aceito como filho de Deus, como diz o Novo Testamento, conjunto de livros que é desconsiderado pela religião judaica.

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