VEM FAZER HISTÓRIA!!! SEJA BEM-VINDO!!!

domingo, 31 de março de 2019

HOMINÍDEOS - A EVOLUÇÃO DO GÊNERO HUMANO

Na evolução do gênero humano é possível distinguir três etapas principais. Na primeira, certas espécies de antropóides adaptaram-se ao meio; na segunda, o Homo erectus fabricou utensílios e ferramentas, passo decisivo para o aparecimento, na terceira, do Homo sapiens, que, por sua capacidade intelectual, dominou o habitat.

Os hominídeos constituíram uma família da ordem dos primatas cuja única espécie atual é o homem (Homo sapiens sapiens). Os fósseis indicam a existência, no gênero Homo, das espécies extintas H. habilis e H. erectus, das subespécies de H. sapiens de Neandertal e de Cro-Magnon e, em épocas mais remotas, de antecessores de outros gêneros, o Ramapithecus -- intermediário -- e o Australopithecus.

As principais características anatômicas dos hominídeos foram: postura ereta, locomoção bípede no solo, em substituição à braquiação (deslocamento com os braços, de galho em galho), capacidade craniana superior à de outras famílias aparentadas e dentes pequenos, com caninos não especializados. No processo de hominização surgiram também comportamentos distintivos, como a confecção de instrumentos e a linguagem verbal.


Ordem dos primatas

Os primatas surgiram há cerca de setenta milhões de anos, no fim do cretáceo. Os cientistas dividem-nos em duas subordens: a dos prossímios e a dos antropoídeos, em que se incluem a família dos hominídeos e a dos pongídeos, esta com importantes espécies atuais (gorila, chimpanzé, orangotango e gibão). Em relação a outras ordens de mamíferos, a característica fundamental dos primatas é sua morfologia pouco especializada, com alto grau de plasticidade funcional, suscetível de futuras especializações em cada subespécie.

Desse modo, mais que de traços característicos (que, por não se manifestarem em todos os primatas, impedem a classificação), cabe falar de tendências: as garras se transformaram em unhas achatadas; mãos e pés tornaram-se preênseis, em geral com polegares e hálux (dedo grande do pé) opostos; os braços liberaram-se aos poucos da função locomotora; a visão ganhou maior profundidade, enquanto o olfato retrocedia e o apêndice nasal se retraía; e, por fim, o cérebro desenvolveu-se e adquiriu complexidade no que se refere à visão, à coordenação muscular, à aprendizagem e à comunicação.

No comportamento, deduzem-se as propensões à dependência pós-natal prolongada e à criação de uma estrutura social de base hierárquica. Alguns primatas adaptaram-se ao habitat arbóreo, em que predominam os mais fortes, enquanto os mais frágeis (hominídeos) desceram ao solo e se tornaram bípedes.


Pongídeos

Os macacos antropóides denominados pongídeos diferençaram-se como grupo sistemático no mioceno, há cerca de 25 milhões de anos. Como os fósseis dessa época não revelam estruturas tão especializadas quanto as das espécies vivas atuais, que têm braços longos e pernas curtas, há quem os suponha predecessores dos hominídeos, hipótese que ainda se discute. Para alguns cientistas, os dentes já muito especializados que se observam em alguns fósseis de antropóides não poderiam ter evoluído para a dentadura humana.

Outros, contudo, argumentam que, em certos aspectos, a evolução poderia ter sofrido uma regressão a estágios anteriores. De qualquer forma, considerando-se que a evolução atravessa incontáveis gerações até modificar de maneira perceptível determinadas características, é muito difícil traçar um paralelo entre tipos pongídeos e hominídeos, devido à carência de fósseis disponíveis: a maior parte são dentes e fragmentos de crânios nem sempre satisfatoriamente preservados para mostrarem as adaptações em que as respectivas espécies se distinguiriam claramente .


Ancestrais do homem

Os primatas experimentaram um processo de adaptação que começou no paleoceno, há cerca de 65 milhões de anos. Muitos constituíram linhas evolutivas que perduraram e, no conjunto, distinguiram-se os que podem ser considerados ancestrais do gênero humano. Assim, durante o mioceno e o início do plioceno, num intervalo de tempo de 18,4 milhões de anos que terminou há 5,3 milhões de anos, diferençaram-se os hominídeos, família de antropoídeos dotada de muitas peculiaridades evolutivas que a caracterizavam dentro de sua ordem.


Ramapithecus

Em 1932 o paleontólogo inglês G. E. Lewis descobriu nas colinas de Siwalik, na Índia, restos de mandíbulas e dentes de um primata que apresentava caracteres evolutivos diferençadores. O Ramapithecus, nome que se lhe deu, foi considerado o elo entre os antropóides e os hominídeos evoluídos, mas algumas teorias discordam da afirmação e associam esse gênero à evolução do orangotango.


Australopithecus

Em 1924, ao ser dinamitada uma pedreira em Taung, na África do Sul, encontrou-se por acaso um pequeno crânio com alguns traços do chimpanzé, embora prevalecessem outras características que apontavam uma clara linha de hominização. Esse fóssil, o Australopithecus africanus, conhecido como Baby Dart, em virtude dos estudos que lhe dedicou o paleontólogo inglês Raymond Arthur Dart, carecia da viseira frontal própria dos macacos antropóides, tinha uma capacidade craniana de 500cm3 (que, na idade adulta, teriam chegado a 600 ou 700cm3) e uma dentadura com apenas dois caracteres gorilóides, nenhum próprio do chimpanzé e vinte comuns com o homem.

Pouco depois, Dart encontrou outros restos adultos semelhantes, com pelve de características 95% humanas, a que deu o nome de Australopithecus prometheus. Achou nas imediações restos de fogo, assim como pedras talhadas esferoidais que indicavam a fabricação de alguns instrumentos. As várias espécies de Australopithecus de que já se encontraram fósseis persuasivos incluem, além de A. africanus, A. robustus, A. boisei e A. afarensis, esta a mais remota já estudada, com cerca de três milhões e meio de anos, e descoberta em 1974.

Apesar da aparência simiesca, o Australopithecus, cuja ocorrência alguns situam entre oito e pouco menos de dois milhões de anos atrás, é sem dúvida o mais antigo gênero conhecido de hominídeos. Descobertas posteriores permitiram estabelecer duas ramificações: um mais robusto, vegetariano, que se manteve nas florestas; e outro mais frágil, pequeno e atarracado, bípede, ereto e onívoro, que vivia em terreno aberto e relativamente seco. Alguns especialistas atribuem as diferenças de porte à hipótese de serem fósseis de machos e fêmeas, e outros incluem o ramo mais frágil no gênero Homo.


Homo habilis

Em 1960 descobriram-se em Olduvai Gorge, na Tanzânia, uma mandíbula infantil com os parietais, uma clavícula e alguns ossos da mão e do pé, rodeados de objetos de pedra. Embora tais restos estivessem num nível de solo inferior ao de fósseis do Australopithecus robustus, seus traços anatômicos levaram à sua classificação dentro de uma nova espécie, mais evoluída: a do Homo habilis, assim denominado em 1964 por L. S. B. Leakey. Os espécimes mais recentes de H. habilis têm aproximadamente dois milhões de anos.

Homo erectus

Em consonância com as teorias de Darwin, o naturalista alemão Ernst Haeckel já afirmava que certamente existiria um ser metade macaco (pithecos) e metade homem (anthropos). Em 1891, o cientista holandês Eugène Dubois procurou e achou em Trinil, na ilha de Java, o tipo que denominou Pithecanthropus erectus. Era um ser totalmente bípede, com capacidade craniana de 900 cm3, quase o dobro da de seu ancestral, o Australopithecus, mas com a fronte, as órbitas e as mandíbulas semelhantes às dos macacos antropóides. A antiga denominação, que compreendia também o chamado homem de Pequim, foi substituída pela de H. erectus.
Mais tarde se localizaram outros fósseis semelhantes a esse na Europa (homem de Heidelberg) e na África (Atlanthropus). Tais variedades da espécie genericamente H. erectus tiveram, segundo as diversas hipóteses paleontológicas, um período de duração variável, entre 1,6 milhão a 130.000 anos atrás.

Homo sapiens

Em 1856 descobriu-se, perto da aldeia alemã de Neandertal, um crânio de aspecto simiesco, mas com capacidade cerebral de 1.600 a 2.000cm3. Classificou-se o achado como a transição para uma espécie mais evoluída, o Homo sapiens, de que o exemplar da Alemanha constituiu a subespécie Homo sapiens neandertalensis. Eram indivíduos de caixa craniana e rosto grandes, que teriam vivido no sul e no centro da Europa, assim como no Oriente Médio, entre 100.000 e 35.000 anos atrás. Supõe-se que o desaparecimento do homem de Neandertal resultou do predomínio da outra subespécie, o homem de Cro-Magnon, que procedia do Oriente.
Os primeiros fósseis de Cro-Magnon (localidade do sul da França) têm cerca de 32.000 anos, mas é provável que tenham penetrado na Europa antes dessa data. Outra hipótese atribui a extinção do homem de Neandertal ao cruzamento entre as duas subespécies. Os dois tipos de esqueletos foram encontrados, praticamente juntos, no monte Carmelo, em Israel.

O pleistoceno, que abrange o último 1,6 milhão de anos, caracterizou-se pelas cinco glaciações sucessivas que ocorreram sobre a Terra, intercaladas por quatro intervalos mais brandos. O homem atual, frágil e de corpo relativamente desprotegido, apareceu entre as duas últimas glaciações. Em suas deficiências físicas encontrou o desafio que seu grande cérebro enfrentou com êxito: aperfeiçoou a proteção contra as dificuldades e ameaças da natureza e inventou instrumentos para, de diversas maneiras, dominar o ambiente e diversificar suas condições de vida.

Fonte: biomania.com.br


 

sábado, 30 de março de 2019

1964: GOLPE OU REVOLUÇÃO?



Discussão que nunca deixou de ser pertinente e constantemente revisitada (ainda mais nos dias atuais), esse tema gera discussões e dúvidas na nova geração. 

Na verdade, vemos quadros bem diversos na reação ao movimento de 1964: enquanto alguns que, sequer presenciaram, se sentem agredidos e sofridos, outros defendem que tinha que ser assim, que era a única solução; enquanto alguns que viveram a época declaram que foi um tempo de estabilidade e segurança, menos para quem praticava crimes, outros chamam esse período de horror e dor.

Subjetividade misturada a acontecimentos paira no ar...

Amanhã, 31 de março de 2019, serão completados 55 anos do Período Militar no Brasil e gostaríamos de compartilhar essa opinião bem interessante sobre o assunto.

O post a seguir é de 2014, quando o Regime Militar completou 50 anos. Está na sessão Opinião do El País 
Leia, reflita, comente! Lembrando sempre que, aqui é um espaço democrático - para TODOS. O respeito, caso deseje comentar, deve ser seu princípio básico.



1964: golpe ou revolução?

A maneira como nós olhamos o passado depende de valores, convicções e necessidades do presente, o que se reflete na forma semântica com que batizamos os eventos históricos


Nesta segunda-feira, 31 de março de 2014, o Brasil lembra –mais lembra do que comemora– os 50 anos do movimento que derrubou o governo do presidente João Goulart e instaurou o regime militar de 64. É um período da história que ainda permanecerá por muito tempo cercado de controvérsia, a começar pela definição do que realmente aconteceu no país. Para os militares, em 64 houve uma “Revolução” no Brasil, cujos principais objetivos seriam restaurar a ordem pública, controlar a indisciplina nos quartéis e impedir a tomada do poder pelos comunistas. Por esse ponto de vista, tratou-se, portanto, mais de uma “contrarrevolução” do que de uma “revolução”. Conceito inteiramente diverso pode ser observado atualmente nas redes sociais, na imprensa e nos discursos civis, que em geral definem 1964 como um “golpe militar” que instaurou uma “ditadura” no Brasil.
A História, como se sabe, nem sempre é feita de julgamentos isentos e objetivos de fatos e personagens. A maneira como nós olhamos o passado depende de valores, convicções e necessidades do presente, o que se reflete na forma semântica com que batizamos os eventos históricos. Exemplos disso são as datas 1889, 1930 e 1964. Em 1889, tema do meu último livro, o marechal Deodoro da Fonseca derrubou a monarquia à frente de tropas do Exército que sitiaram os ministros do imperador Pedro II dentro do prédio do Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro. O Visconde de Ouro Preto, chefe do Gabinete, foi preso e obrigado a renunciar pela força das armas. Na aparência e no conteúdo foi, portanto, um “golpe militar” contra o Império, mas não é assim que passou para a história. Situação idêntica ocorreu em 1930. Em geral, os livros de História se referem ao movimento que derrubou o governo do presidente Washington Luiz como “Revolução de 30”, embora tenha sido um inegável “golpe militar”, tanto quanto o de 1964. Getúlio Vargas era uma liderança civil, mas chegou ao poder por meio de uma genuína quartelada, como se pode conferir na excelente biografia do personagem escrita pelo jornalista cearense Lira Neto, pela Companhia das Letras.
Por que, então, nos referimos a 1889 como “Proclamação da República”, a 1930 como “Revolução de 30” e a 1964 como “Golpe Militar”?
A rigor, o que houve nas três datas foram autênticos golpes militares, mediante o uso da força para afastar do poder as lideranças civis. Portanto, deveriam merecer definições semelhantes, mas não é o que acontece. Esses eventos poderiam também ser definidos como “golpe civis” nos quais as forças armadas serviram de instrumentos para a tomada do poder por parte de lideranças civis que, na época, não viam outra solução possível nas vias institucionais existentes – como as urnas. Até 1889, por exemplo, os civis republicanos, embora fizessem muito barulho na imprensa, não conseguiam votos suficientes para mudar o regime mediante maioria no parlamento, o que os jogou no colo das lideranças militares e do movimento golpista liderado por Deodoro da Fonseca.
Acredito que o motivo principal para essas diferenças semânticas esteja na forma como a História – ou seja, as futuras gerações – sancionam ou deixam de sancionar um determinado evento histórico. Em resumo, 1889 passou para a História como “Proclamação” porque a sociedade assim o quis, tanto quanto 1930 entrou para os livros didáticos como “Revolução” e 1964 como “Golpe” e “Ditadura”. De certa forma, essas nomenclaturas refletem também uma certa evolução política da sociedade brasileira. No passado, intervenções violentas nas instituições e no processo político tendiam a ser aceitas de forma mais natural – como ocorreu em 1889 e 1930. Isso já não aconteceu em 1964, ano em que, embora uma parte da sociedade civil tenha aceito e até instrumentalizado as forças armadas para a tomada do poder, uma outra parte, hoje majoritária, não sancionou a intervenção. No momento em que o Brasil se empenha, pela primeira vez, em consolidar a sua jovem democracia, isso é um bom sinal.

VOLTANDO À ATIVA!




Nosso Vem Fazer História passou por um período (grande) de reformulações, inclusive de alguns editores...
Mas toda mudança é positiva quando tiramos o melhor proveito e evoluímos!

Por isso, é uma alegria estar de volta, com postagens que informem, ajudem e enriqueçam sua experiência com a História.

Nossos novos posts de questionários virão com seus gabaritos, para uma melhor utilização por parte dos estudantes. Havia "pedidos" em relação a não publicar alguns gabaritos, mas não entendemos mais a necessidade de manter  esse ação.

Então agora, é só desejar que nossa parceria se fortaleça ainda mais nessa nova fase!

Ah, queremos saber de vocês assuntos que têm interesse de ver publicados aqui, ok?!


Abraço,

 

POSTAGENS MAIS VISITADAS