quarta-feira, 30 de setembro de 2009

30 DE SETEMBRO - DIA NACIONAL DA(O) SECRETÁRIA(O)



Durante a segunda fase da Revolução Industrial (fase esta iniciada em 1860), Christopher Sholes inventou um tipo de máquina de escrever. Sua filha - Lilian Sholes - testou tal invento, tornando-se a primeira mulher a escrever numa máquina, em público.

Lilian Sholes nasceu em 30 de setembro de 1850. Por ocasião do centenário de seu nascimento, as empresas fabricantes de máquinas de escrever fizeram diversas comemorações. Entre elas, concursos para escolher a melhor datilógrafa.

Tais concursos alcançaram sucesso, passando a repetir-se anualmente, a cada 30 de setembro. Como muitas secretárias participavam, o dia passou a ser conhecido como o "Dia das Secretárias".

Com o surgimento das associações da classe de secretárias do Brasil, apareceram os movimentos para o reconhecimeno da profissão. Das atividades das associações, uma das conseqüências foi a divulgação e popularização do dia 30 de setembro como sendo o "Dia da(o) Secretária(o)".

Em alguns Estados brasileiros o dia foi oficialmente reconhecido. Em São Paulo, por exemplo, a lei nº 1.421 de 26/10/1977, reconhece e oficializa 30 de setembro como "Dia da(o) Secretária(o)".

Há também o "Dia Internacional da(o) Secretária(o)", que é comemorado na última 4ª feira do mês de abril.

E você Secretária(o), qual sua atitude neste dia?

Primeiro - Faça dele um dia de reflexão, de auto-análise pessoal e profissional.

Ser Secretária(o), hoje, é optar por uma profissão. É gostar do que se faz. É investir no crescimento e na harmonia pessoal e profissional. É ter consciência do seu importante papel de agente de mudança e da atuação como assessora e agente facilitador.

Fonte: Apostila de Maria Liana Natalense

terça-feira, 29 de setembro de 2009

RESPOSTA DA ATIVIDADE - 9º ANO (8ª SÉRIE)

1. 1934. Para exigir uma Constituição, já que a de 1891 fora suspensa por Getúlio Vargas.
2. 1934. Era liberal e progressista.
3. Voto secreto, voto para mulheres, ensino primário gratuito e obrigatório, jornada de trabalho de 8 horas, férias e descanso semanal remunerado.

4. Ação Integralista Brasileira (AIB) e Aliança Nacional Libertadora (ANL).
5. Getúlio aproveitou-se da situação para mostrar à população que o comunismo era um perigo para o Brasil e conseguir que o Congresso aprovasse o Estado de Sítio. Às vésperas das eleições em 1937, fechou o Congresso e outorgou imediatamente uma nova Constituição nos moldes fascistas.
6. Não era possível importar manufaturas naqueles anos de crise após a depressão econômica de 1929, dessa forma, o Brasil entrou num processo de industrialização acelerado.
7. A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
8.
Cinco navios brasileiros foram afundados por submarinos alemães.
Ao lado dos Aliados.
A FEB (Força Expedicionária Brasileira) lutou na Itália com o Quinto Exército Aliado, entrando em combate em novembro de 1944, nas batalhas de Monte Castelo, Montese e Collechio.
9. 1946 a 1964.
10. Durou quatro anos e teve característica nacionalista.
11. Petrobrás.
12. 24 de agosto de 1954. Vargas Suicidou-se.
13. “Cinquenta anos em cinco”. Significava que o Brasil se desenvolveria o equivalente a cinquenta anos, em apenas cinco anos. Foram quatro anos de governo.
14. A política desenvolvimentista, e a construção de Brasília.
15. 21 de abril de 1960.
16. De acordo com os opositores de JK: inflação alta, empréstimos estrangeiros, desvalorização da moeda, aumento do custo de vida.
17. Jânio Quadros. Simbolizava a promessa de que iria “varrer” a corrupção do país.
18. O governo de Jânio Quadros. Durou sete meses.
19. Regime parlamentarista – O chefe de governo é escolhido pelo Congresso. O presidente eleito pelo povo tem menos poder./ Regime presidencialista – O presidente eleito pelo povo tem plenos poderes. O presidente é o chefe do governo.
20. Foi um movimento formado por militares e apoiado por civis que depôs o presidente João Goulart.

RESPOSTA DA ATIVIDADE - 8º ANO (7ª SÉRIE)

1. Em 1799. O Golpe de Estado ficou conhecido como 18 Brumário.
2. Dissolveu a Assembléia, aprovou uma nova Constituição, substituiu o Diretório pelo Consulado.
3. 16 anos. Deixou de lado os princípios iluministas e foi despótico.

4. O Código Civil Napoleônico.
5. 1803. Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia.
6. O Bloqueio Continental.
7. Nenhum país poderia comercializar coma Inglaterra, sob pena de ser invadido pelas tropas napoleônicas.
8. Portugal. Em 1808.
9. Em Waterloo – Bélgica. Em 1815.
10. Reunião realizada pelos países vencedores da batalha contra Napoleão, objetivando fazer a Europa voltar às suas configurações anteriores a 1789, reafirmando o Antigo Regime.
11. Para que a América pudesse comprar as mercadorias vindas da Inglaterra, aumentando, assim, seu mercado consumidor.
12. San Martín e Simon Bolívar.
13. 1811 – Paraguai/ 1816 – Argentina/ 1816 – Chile/ 1819 – Grã-Colombia (Venezuela, Colômbia e Equador) / 1820 – México/ 1821 – Peru/ 1822 – Bolívia.
14. Independência e Liberdade.
15. Augustin Itúrbide.
16. Porto Rico e Cuba.
17. A independência dos EUA; os ideais do iluminismo e da Revolução Francesa; os conflitos de interesses das elites agrárias e mercantis do Brasil e o pacto colonial.
18. Garantir que todas as atividades econômicas da colônia gerassem lucro para a metrópole.
19. Marquês de Pombal.
20. Instituiu a cobrança de 100 arrobas anuais de ouro a ser entregue a Coroa, criou companhias comerciais que tinham o monopólio da navegação e do comércio na colônia, transferiu a capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
21. Porque ele veio com a tarefa de fazer cumprir o alvará de 1750 – o pagamento das 100 arrobas (a Derrama).
22. A Conjuração Mineira.
23. Fundação de uma universidade em Vila Rica, desenvolvimento das manufaturas têxteis e da siderurgia, liberação do Distrito Diamantino para toda a população mineira, perdão de todas as dívidas com a Fazenda Real.
24. Joaquim Silvério dos Reis.
25.
A alta dos preços do açúcar levou os proprietários de terras na Bahia, a ampliar o cultivo de cana e reduzir as plantações de gêneros alimentícios. Os preços subiram e a fome se espalhou pela capitania.
Conjuração Baiana.
26. Buscavam fugir das tropas napoleônicas, já que Portugal havia rompido o Bloqueio Continental.
27. 1808.
28. Negociações com a Inglaterra em troca da escolta da corte para o Brasil e a necessidade de abastecer a corte.
29. 1808 – Criação da imprensa Régia e publicação do primeiro jornal editado no Brasil – Gazeta.
1810 – Fundação da Real Biblioteca.
1813 – Inauguração do Real Teatro de São João.
1816 – Chegada da Missão Artística Francesa e abertura da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.
1819 – Criação do Real Horto (Jardim Botânico).
30. Revolução que começou na cidade do Porto e depois se espalhou pelas cidades mais importantes de Portugal, que exigia a volta de D. João VI e uma Constituição liberal para o país.
31. Em sete de setembro de 1822. Foi resultado de uma aliança política entre o príncipe D. Pedro e a aristocracia rural brasileira.
32. Estados Unidos, em 1824.
33. 1824.
34. Conciliava os interesses da elite com o autoritarismo do imperador.
35. Em junho de 1824. As lideranças de Pernambuco propunham uma república independente do governo central.
36. Frei Caneca.
37. Em sete de abril de 1831, D. Pedro I abdicou do trono do Brasil e partiu para a Europa, deixando a Coroa com seu filho Pedro de Alcântara, brasileiro, com cinco anos de idade.

RESPOSTA DA ATIVIDADE - 7º ANO (6ª SÉRIE)

1. Expedições militares européias que foram ao Oriente reconquistar Jerusalém das mãos dos muçulmanos.
2. Por que estampavam uma cruz em suas roupas.
3. Templários – defender o Templo de Jerusalém. Hospitalários – providenciar abrigos para os peregrinos e cuidar deles quando estivessem doentes ou feridos.

4.
•Papa Urbano II.
•1095.
•O perdão dos seus pecados.
5. Foi um movimento cultural que nasceu entre as elites de ricas cidades italianas, no século XIV.
6. Foi um movimento intelectual do Renascimento que posicionou o homem no centro do mundo.
7. Não negavam a existência de Deus, mas colocavam em primeiro plano os interesses humanos e terrenos.
8. O antropocentrismo, o estudo das obras da Antiguidade clássica e a valorização da razão.
9. R-M-M-R-R-M-R-M-R-M
10. Defendia a idéia de que o Sol e todos os astros giravam em torno da Terra. Ptolomeu II, no séc. II.
11. O Sol é o centro do universo e a Terra e os demais planetas giram em torno dele. Nicolau Copérnico, em 1543.
12. Geografia, cartografia, botânica e zoologia.
13. Ricos banqueiros e comerciantes do norte e do centro da Itália, que financiavam e protegiam o trabalho de artistas e cientistas.
14. O realismo das figuras; a técnica de perspectiva e a valorização da cultura greco-romana.
15. Trecento (séc. XIV), Quatrocento (séc. XV) e Quintocento (séc. XVI).
16. Quatrocento: Sandro Botticelli (O nascimento de Vênus); Donatello (São Jorge e Gattamelata); Filippo Bruneleschi (cúpula da Catedral de Florença).
17. Quintocento: Michelangelo (teto da Capela Sistina e as esculturas Pietá, Davi e Moisés); Rafael (Escola de Atenas); Leonardo da Vinci (Mona Lisa).
18.Antropocentrismo – o homem como centro de tudo
Heliocentrismo – o Sol como centro do sistema solar
Teocentrismo – Deus como centro de tudo
Geocentrismo – a Terra como centro do sistema solar
Geografia – descrição da Terra
Cartografia – construção, levantamento e divulgação de mapas.
Botânica – estudo científico das plantas e algas
Zoologia – ciência que estuda os animais
Geometria – ramo da matemática que estuda as formas
19. O fortalecimento da burguesia e os interesses dos reis de ampliar seu poder.
20. Reforma Protestante ou Reforma Católica.
21. A venda de indulgências.
22. O monge Martinho Lutero.
23. Justificação pela fé, sacerdócio universal e negação da infalibilidade da Igreja.
24. Calvinismo – o francês João Calvino – Suíça/ Anglicanismo – rei Henrique VIII – Inglaterra.
25. Conter o avanço do protestantismo e discutir as críticas internas da Igreja.
26. Reunião realizada por cardeais católicos e pelo papa, entre 1543 e 1563, na cidade de Trento, para discutir as reformas.
27. Reafirmou a doutrina católica e a organização da Igreja, negou as mudanças doutrinárias dos reformistas, confirmou os sete sacramentos, o culto À Virgem Maria e aos santos.
28. Evangelização dos povos da América, reativação da Inquisição, criação do Índex e publicação do catecismo.
29. Dentro de cada país as pessoas eram obrigadas a seguir a religião do rei.
30. Na França.
31. Foi um conflito ocorrido em 24 de agosto de 1572, quando cerca de três mil huguenotes (calvinistas) foram massacrados em Paris.

RESPOSTA DA ATIVIDADE - 6º ANO (5ª SÉRIE)

1. Na Mesopotâmia.
2. Porque surgiram próximas a rios.
3. Tigre e Eufrates.
4. A substituição da força humana pela força animal, o uso da roda e a invenção do barco a vela.

5. Alfabeto romano.
6. A invenção da escrita.
7. Cuneiforme.
8. Hieróglifo.
9. Escrita sagrada.
10. Em inscrições oficiais e sagradas e nas paredes dos templos.
11. Fenícios.
12. Por meio da linguagem oral, do canto, da dança, dos desenhos e de rituais diversos.
13.
Mesopotâmia – Tigre e Eufrates.
Egito – Nilo
Palestina – Jordão
Paquistão – Indo
Índia – Ganges
China – Amarelo
14. A Suméria.
15. Ur, Eridu, Uruk, Nipur e Larsa.
16. Um templo em forma de torre ou pirâmide.

17. (Essa é a ordem na pirâmide social)
Rei e seus familiares
Nobres
Sacerdotes
Escribas
Soldados
População
Escravos

18. Para irrigação e como via de transporte e rota para o comércio.
19. O arado com lâminas de bronze e a roda.
20. Os canais de irrigação e as terras.
21. Através da palavra falada e da reflexão.
22. Porque não existiam nem os livros nem os instrumentos que facilitam a escrita, como papel, lápis e caneta.
23. Não há escolas para todos, faltam prédios, os prédios que existem são mal conservados, faltam professores, móveis, papel, livros, lápis etc., e muitos alunos não vão à escola porque precisam trabalhar.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

23 DE SETEMBRO - DIA DO SORVETE

Foto de Vanessa Stehling Portifólio


Que calor!!!
Um breve post em homenagem a algo muito gostoso... O SORVETE!!!
Consta em alguns livros de história que Nero, no ano 60 D.C., já saboreava essa sobremesa em seus banquetes. Naquele tempo a mistura era preparada no momento de servir com sucos de frutas, mel e neve dos Alpes. Os chineses foram, entretanto, os grandes admiradores de sorvete na Antigüidade. Há 3 mil anos, essa delícia gelada era servida pelos chineses usando neve, suco de fruta e mel. Em 1292 o sorvete começou a tomar a forma que conhecemos hoje, quando o famoso viajante italiano Marcopolo voltou ao seu país cheio de novidades: o arroz, o macarrão e o sorvete feito com leite! Desde de então, a sobremesa começou a ser muito consumida em toda a Itália e, até hoje, o sorvete italiano é reconhecido como um dos melhores do mundo. Alguém duvida? Hummmm...... (E tem receita no final do post!)



A primeira sorveteria foi instalada em Baltimore, em 1851. Logo virou um sucesso e seu comércio se expandiu rapidamente, dando assim início à produção industrial do alimento. No Brasil também chegou no século passado e consta que era uma das sobremesas preferidas de D.Pedro II.

O DIA DO SORVETE foi instituído pela ABIS – Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete – desde 2002 e é comemorada justamente para marcar o início das temperaturas mais quentes do ano no país, época em que normalmente se acentua o consumo de sorvetes no Brasil, país que, embora seja tropical, ainda mantém a tradição de consumo de sorvete somente no verão, ao contrário dos países nórdicos, por exemplo. Enquanto eles consomem aproximadamente 20 litros por pessoa/ano, nós consumimos míseros 3,5 litros.

Do ponto de vista nutricional, o sorvete é um alimento completo, pois contém proteínas, açúcares, gordura vegetal e/ou animal, vitaminas A, B1, B2, B6, C, D, K, cálcio, fósforo e outros minerais essenciais numa nutrição balanceada. É um complemento alimentar de alto valor nutritivo, sem ser excessivamente calórico. Comparativamente, vale dizer que 100g de sorvete de creme têm 208 calorias, enquanto a mesma quantidade de pão francês tem 269 e de ovo frito, 216. É claro que estes dados podem variar, dependendo da composição de cada sorvete, mas é certo que aqueles que têm como base o leite são uma fonte considerável de cálcio, mineral essencial para a saúde de dentes e ossos.

Fonte de informações:
aomestre.com.br
msn.minhavida.com.br


*Não resisti e aqui estão algumas receitas fáceis de sorvete. Os mais tradicionais e desejados... Deliciem-se!!!
Ah... o blog ainda é de história, política, cotidiano, etc...(rs)

Receita de sorvete super fácil (você escolhe o sabor que quiser: morango, uva, laranja, chocolate, leite condensado, creme...):
Ingrendientes do sorvete:

1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite
1 gelatina(qualquer sabor)

Como fazer o sorvete:

Prepare a gelatina normalmente e não leve a geladeira.
Depois de pronta, ainda quente, coloque no liquidificador junto com o leite condensado e o creme de leite.
Bata bem.
Depois leve ao congelador em um refratário tampado para não formar blocos de gelo.
Depois de congelado, tire do congelador e bata na batedeira para ficar cremoso.
Volte para o congelador.

Está pronto, um sorvete fácil, prático e gostoso.

Receita de sorvete com sabor de chocolate:
Ingredentes do sorvete:

1 lata de leite moça
1 tablete de 800g de chocolate meio amargo
1 medida e meia de leite quente
Como preparar o sorvete:

Primeiro dissolva o chocolate no leite quente.
Logo após adicione o leite condensado e bata no liqüidificador.
Ponha no congelador ou freezer e espere cerca de 3 horas.


Receita de sorvete com sabor de coco:
Ingredientes do sorvete:

1 xícara de chá de coco ralado
2 xícaras de chá de açúcar
1 colher de saopa de maisena
1/2 litro de leite
2 claras 1/2 lata de creme de leite

Como fazer o sorvete:

Coloque o coco e uma xícara de açúcar na panela e leve ao fogo mexendo até derereter o açúcar.
Adicione a maisena bem dissolvida no leite e mexa até ferver.
Desligue o fogo e mexa o creme até ficar morno.
Bata as claras em neve e adiciona o açúcar restante, o creme reservado e o creme de leite.
Coloque esta mistura em uma forma, ou forminhas de gelo, leve ao congelador e deixe até endurecer.

Receita de sorvete com sabor de morango:
Ingredientes:

350 g morango(s)
1 c. sopa gelatina em pó dl água
9 ml leite
2 c. chá essência de baunilha
175 g açúcar
c. chá sal
1 c. café corante vermelho

Como preparar o sorvete:

Em banho-maria, dissolva a gelatina na água e deixe arrefecer.
Aqueça o leite com a baunilha, o açúcar e o sal e junte a gelatina dissolvida.
Deite num tabuleiro do congelador, tape com papel de alumínio e leve ao congelador durante cerca de 3 horas. Esmague bem os morangos.
Deite metade do creme gelado num copo de batidos e bata até ficar bem cremoso. Deite numa tigela gelada. Bata o restante creme gelado.
Junte os morangos e o corante e misture.
Deite o preparado novamente no recipiente e leve ao congelador durante 2 horas. Retire 10 minutos de servir.

Receita de sorvete com sabor de creme:
Ingredientes:

1 lata de leite condensado
A mesma medida de leite
4 gemas
1 colher (café) de baunilha

Como preparar o sorvete:

Misture os 3 primeiros ingredientes e leve ao fogo, mexendo sempre até engrossar.
Retire, junte a baunilha e deixe esfriar.
Coloque na gaveta de gelo e leve ao congelador por 3 horas.

Receita de sorvete com sabor de café:
Ingredientes do sorvete:

½ xícara de café extra forte pronto
½ xícara de açúcar
1 pitada de sal
2 claras
½ xícara de creme de leite batido
1 colher de chá de essência de baunilha

Como fazer o sorvete:

Misture o café com o açúcar e leve-os ao fogo numa panela pequena.
Cozinhe até formar uma calda grossa.
Bata as claras em neve com a pitada de sal.
Ponha a calda de café, devagar, sobre as claras, sem parar de bater, e depois bata até esfriar.
Leve à geladeira por uma hora.
Bata o creme de leite com a essência de baunilha até ficar bem espesso.
Junte ao creme de café, misture e coloque no congelador ou freezer.
Deixe gelar até que fique bem firme.

Fonte das receitas:
blogodorium.net


LÍNGUAS AMEAÇADAS

Linguista discute risco de extinção de vários idiomas falados por grupos indígenas brasileiros

Esse conteúdo, foi mais uma contribuição do professor Leopoldo Quaresma Jr.
Veja seu blog: www.cienciasempre.blogspot.com


Estudo feito por pesquisadores paraenses mostra que 21% das línguas indígenas faladas no Brasil correm o risco de desaparecer (foto: Valter Campanato/ABr).


Um levantamento recente feito por pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi mostra que 154 línguas são faladas no Brasil por diferentes etnias indígenas e que 21% desses idiomas estão ameaçados de extinção. Para falar sobre essa questão, o Estúdio CH desta semana recebe a linguista Ana Vilacy Galucio, uma das integrantes da equipe que conduziu o estudo.

Em entrevista a Mariana Ferraz, a pesquisadora explica que uma língua é considerada ameaçada de extinção se é falada por poucas pessoas e não é mais ensinada às próximas gerações. No Brasil, as línguas indígenas têm poucos falantes – em alguns casos, apenas dois – e o risco de elas desaparecerem é ainda maior porque são transmitidas somente por tradição oral.




Galucio ressalta que o desaparecimento de uma língua afeta uma variedade de elementos culturais que são transmitidos por meio dela – como conhecimentos, pensamentos e a literatura. Além disso, a própria relação da língua com a identidade do povo é afetada.

A linguista aponta algumas causas para o desaparecimento das línguas indígenas no Brasil, como o surgimento de doenças que diminuíram muito as populações e a realização de casamentos entre membros de grupos diferentes. Mais recentemente, a pressão socioeconômica que leva jovens e crianças a saírem das aldeias para estudar e trabalhar nas cidades e fazendas próximas tem contribuído para o desinteresse dessas gerações em aprender sua língua materna.

Mas a pesquisadora acredita que, no atual momento social e político, o país caminha rumo a uma nova valorização da cultura, da tradição e da identidade indígenas, o que pode levar à recuperação de algumas línguas. Ela destaca a importância do registro dos idiomas ainda em uso e da postura ativa da comunidade científica para promover medidas que possam afastar as línguas indígenas da extinção.

Siga as instruções do quadro abaixo para ouvir a entrevista com Ana Vilacy Galucio, que também fala sobre o trabalho do Museu Goeldi para valorizar e documentar a cultura dos povos indígenas brasileiros.


A Redação
Ciência Hoje On-line


QUEM ABOLIU A ESCRAVIDÃO?

Colunista lança pergunta a partir de memória de escola e mapeia respostas com o passar dos anos

Essa matéria foi uma contribuição do professor de Ciências Leopoldo Quaresma Jr..
Link do blog de Ciências www.cienciasempre.blogspot.com

Outro dia, lembrei-me de uma aula de história que tive na escola sobre a abolição da escravidão no Brasil. O professor perguntou para a turma quem tinham sido os principais beneficiários do fim do regime de trabalho escravo no país.

Ao ouvir de um aluno a resposta algo espantada (não seria óbvio?) “os escravos”, o professor não teve dúvidas: sapecou um “errado” em alto e bom som e seguiu discorrendo sobre como os verdadeiros beneficiários do ato foram os republicanos, que a partir de então angariaram simpatia entre os cafeicultores do Vale do Paraíba para derrubar o Império em 1889.

Cartaz do seminário O século 19 e as novas fronteiras da escravidão e da liberdade, realizado em agosto na Unirio. O britânico Robin Blackburn, especialista na história da escravidão, foi um dos destaques do evento.


Naquela época, idos dos anos 1980, não havia nas escolas, salvo raras exceções, professor que ensinasse que a abolição teve como efeito primeiro libertar aqueles que em 1888 ainda estavam cativos.

E isso independentemente das relações políticas que tenham existido – e das que possam ser feitas em sala de aula – entre a abolição da escravidão e a proclamação da República. Professores que defendessem que a luta pela liberdade pudesse ser feita pelos próprios escravos, então, nem pensar.

Para além do chavão à época comum dos livros didáticos (“os escravos não podiam ter se beneficiado da abolição da escravidão porque, no fundo, continuavam cativos da pobreza“), se dizia que eles não poderiam mesmo ter tido papel ativo. A justificativa era simples: não sendo sujeitos históricos, os escravos não seriam capazes de ser protagonistas de seus próprios destinos.

A lembrança da aula me veio à mente ao assistir à conferência de Robin Blackburn, historiador da Universidade de Essex e da New School for Social Research de Nova York, na abertura do seminário internacional O século 19 e as novas fronteiras da escravidão e da liberdade, ocorrido mês passado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) – leia mais sobre o evento.

Blackburn iniciou sua fala jogando luz sobre a relação entre a resistência escrava e a abolição da escravidão nas Américas. Era uma maneira de formular novamente, ainda que em outros termos, a questão que, 20 anos atrás, meu professor sugeriu a seus alunos na escola.

Respostas aparecem anos depois
Só que, naquela época, ainda estava longe de chegar aos bancos escolares os resultados das pesquisas acadêmicas que então mudaram os estudos sobre escravidão no Brasil. De meados da década de 1980 até o inicio dos anos 1990, jovens autores como Maria Helena Machado, Hebe Maria Mattos e Sidney Chalhoub não apenas demonstraram o papel ativo dos escravos e seus descendentes na gestão de suas próprias vidas, como também argumentaram que as diferentes formas de resistência à escravidão contribuíram sobremaneira para a extinção do regime de trabalho escravo no país.

From rebellion to revolution, livro de Eugene Genovese, põe em debate os significados e as intenções das várias formas de resistência escrava (reprodução).


Vinte anos depois, a resposta à pergunta de Blackburn pareceria óbvia. Hoje em dia, não há quem endosse a antiga afirmação de que os escravos seriam coisas, objetos sem qualquer ação social própria.

Nenhum professor que se preze se aventura a dizer que os escravos não tenham tido papel significativo na construção da história deste país. E em nenhum livro didático se lê que o fim da escravidão resultou da ação exclusiva de grandes nomes como Wilberforce na Inglaterra ou a princesa Isabel no Brasil.

E, no entanto, a pergunta não é obvia. Como argumentou Blackburn, desde o fim dos anos 1970, quando o norte-americano Eugene Genovese publicou From rebellion to revolution (‘Da rebelião à revolução’), se discutem os significados e as intenções das várias formas de resistência escrava, das pequenas ações cotidianas às rebeliões.

As revoltas escravas teriam como objetivo a destruição do sistema escravista? Os escravos e seus descendentes livres teriam papel importante no movimento abolicionista? Teriam sido eles fundamentais para a abolição final da escravidão ou meros coadjuvantes em um processo liderado por brancos?

A discussão reacendeu com a divulgação das ideias do historiador português João Pedro Marques, que lançará no ano que vem o livro Who abolished slavery? (‘Quem aboliu a escravidão’, Berghahn Books). Ele argumenta que, nos últimos trinta anos, teria havido um exagero no papel conferido aos escravos na análise dos processos que, em diferentes países, levaram ao fim da escravidão.

Segundo o historiador, a emancipação não teria sido, na maioria dos casos, um processo dominado pelos escravos ou pelos ativistas abolicionistas negros. Para ele, a pergunta “quem aboliu a escravidão?”, se feita na escola, não poderia ter como resposta “os escravos”.

Pergunta mais complexa com o passar do tempo?
Para me intrometer no debate, arrisco dizer que a questão talvez não seja exatamente a de tentar explicar a abolição da escravidão pelo maior ou menor grau de participação dos escravos no processo.

Dois escravos posam com a sua senhora: foto sugere subserviência de um e postura altiva de outro, de modo diferente do que era ensinado nas escolas (reprodução / Wikimedia Commons).

Seria impossível tentar explicar um episódio complexo e continental como esse sem levar em conta fatores como conjuntura internacional, movimentos abolicionistas, opinião pública, economia mundial e, claro, resistência escrava.

Mas impossível também é desconsiderar que todos esses fatores acima elencados, dentre eles as ações de escravos e de seus proprietários, assim como as de negros livres, foram ganhando diferentes significados ao longo do tempo e em contextos espaciais diferentes.

Esta pode ser uma chave interessante para aprofundarmos a pergunta inicial de Blackburn. A análise da correlação entre as ações dos escravos e os processos de abolição da escravidão nos diferentes cenários nacionais das Américas é, no fundo, uma reflexão sobre o lugar das ações humanas nas grandes rupturas de cada tempo.

E é também uma reflexão sobre os papéis diferenciados que os grupos sociais têm na definição das questões econômicas e políticas que, a cada época, marcam as vidas das pessoas. Isso só torna o problema mais difícil. Refletir sobre os significados das ações humanas no passado implica também pensar sobre os efeitos que aquilo que fazemos ou deixamos de fazer tem nas grandes transformações do nosso tempo.

A esta altura, está bem mais complicado responder a pergunta do meu professor agora do que no contexto em que foi feita. Quem aboliu a escravidão? Quem se beneficiou com ela? A resposta depende, no fundo, das nossas próprias concepções sobre os limites e o alcance da agência humana. Mas não será esta mesma a função das perguntas – tornarem-se mais complexas com o passar do tempo?

Texto de:
Keila Grinberg
Departamento de História
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro



domingo, 20 de setembro de 2009

REVOLUÇÃO FARROUPILHA (1835 – 1845)


Hoje, 20 de setembro, é comemorada a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos. Esse foi o mais destacado conflito do período regencial, e só chegou ao fim cinco anos depois da coroação de D. Pedro II.
No século XIX, os pampas do Rio Grande do Sul eram importantes fornecedores de charque (carne-seca salgada), couro e sebo. A produção era voltada, em sua maioria para o consumo interno brasileiro, principalmente do sudeste. Dessa carne comiam tanto pobres e escravos, como ricos.
Nas estâncias (fazendas) trabalhavam homens livres e escravos, mas todos viviam sob rigidez de obediência aos senhores de terras e gados.
Havia muitas reclamações dos estancieiros ao governo regencial porque a charque vindo da Argentina e do Uruguai, entrava no Brasil sem pagar nenhuma tarifa alfandegária especial, e concorriam com os latifundiários do Rio Grande do Sul. Ao contrário do que ocorria com o charque uruguaio e argentino, o sal, indispensável para salgar a carne na fabricação do charque e para alimentar o gado, pagava impostos pesados. Por isso, os fazendeiros gaúchos queriam protecionismo alfandegário, pagar menos impostos ao governo central (uma grande parte do que era pago no Rio Grande do Sul tinha que ir para o Rio de Janeiro) e maior autonomia para a Província. O governo central não cedeu e o conflito foi inevitável.

David Canabarro e Bento Gonçalves: dois importantes líderes da Guerra dos Farrapos.


A Revolução Farroupilha, ao contrario da Balaiada e da Cabanagem, teve pouco apoio dos setores sociais mais pobres. Os peões de gado, os escravos, os roceiros e os artesãos foram usados para os interesses e idéias dos latifundiários. Interesses que não eram seus e idéias que não eram suas. Farrapo era o apelido dos liberais exaltados. Os farrapos nada tinham de esfarrapados, já que a maioria possuía terras e muitas cabeças de gado.
Em 1835, o rico fazendeiro Bento Gonçalves comandou o exército que ocupou a cidade de Porto Alegre e depôs o governador nomeado pelo Rio. Assim, começava os dez anos de guerra civil. Nessa guerra misturavam-se “ideais de liberdade com interesses particulares, heroísmo e assassinatos, laces tolos e episódios aventureiros, bem ao estilo do romantismo da época” (Schmidt – História Crítica). Bento Gonçalves estava preso na Bahia, quando a Sabinada o libertou. Junto com os gaúchos estava Giuseppe Garibaldi, futuro herói da unificação italiana, que apaixonou-se por uma brasileira chamada Anita.
Para alguns rebeldes, que a princípio só eram federalistas, parecia não haver outra solução: o Rio Grande do Sul precisava separar-se do Brasil, e talvez uma união com o Uruguai e a Argentina fosse o melhor desfecho. Fundaram a República Piratini, e partiram para Santa Catarina, para fundar a República Juliana. Apesar de todo esse movimento, a maioria dos farroupilhas sabiam que a separação do Brasil seria uma tolice: não era negócio abrir mão do mercado brasileiro. Bento Gonçalves não planejava a independência e deixou isso bem claro. O problema a ser resolvido, era mesmo a questão dos impostos abusivos e a questão do charque estrangeiro: “Uma administração sábia e paternal os teria indenizado de sacrifícios (...). A carne, o couro, o sebo, a graxa, além de pagarem nas alfândegas do país o duplo dízimo (...) exigiam iguais quinze por cento em qualquer dos portos do Império”.
O governo central estava muito mais bem preparado em dinheiro e armas do que os gaúchos, já que o café estava se expandindo sem parar e tornaria o Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo) a região mais rica do Brasil. Por essa razão, o Duque de Caxias conseguiu organizar o exército e sob seu comendo os inimigos eram “abatidos” a golpes de espada. Porém, os prisioneiros eram tratados com dignidade, principalmente os oficiais farroupilhas, homens de origem abastada. O governo central queria a reconciliação e precisava do apoio gaúcho nas guardas das fronteiras do sul. Ao final da revolução, os farroupilhas foram derrotados no campo de batalha e não ganharam o federalismo, mas, a “paz honrosa” os anistiou, e o charque passou a ser protegido das importações da concorrência.
Atualmente, grupos ligados aos direitos dos afro-descendentes acusam Caxias e o comandante farroupilha Davi Canabarro de propositalmente terem ordenado que os soldados negros assumissem as tarefas mais arriscadas no campo de batalha. Eram ex-escravos ou ainda cativos que contavam com sua libertação após a guerra.
De acordo com Mario Schmidt, especialmente no Rio Grande do Sul, aconteceu um elogio exagerado da Revolução Farroupilha. Os historiadores tradicionais e oficiais a viram como “uma epopéia de grandes heróis desinteressados e lutadores pela liberdade”. Como disse a historiadora gaúcha Sandra J. Pesavento, busca-se “legitimar o poder de um grupo na sociedade e ‘sacralizar’ seu mando, pela imposição de um passado dignificante, do qual não só a elite governante, mas todo o povo rio-grandense seria herdeiro”.

Bibliografia: Nova História Crítica – Mario Schmidt



sábado, 12 de setembro de 2009

TAJ MAHAL

A novela Caminho das Índia, depois de quase 8 meses no ar (começou no dia 19 de janeiro) acabou, deixando um gostinho de "quero mais" na maioria das pessoas que acompanharam as histórias. As críticas existem mas, o que não se pode negar é que a trama escrita por Glória Perez mostrou uma cultura belíssima onde o respeito aos mais velhos é um dos destaques. O clima de romance que pairava em muitas cenas prendia a atenção o os sentidos.
Bem, para ficar de lembrança, coloco aqui no blog uma das produções mais lindas que o ser humano foi capaz de idealizar e construir: o Taj Mahal (não é à toa que foi eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno!). Sua história é emocionante. Leia o texto e verá. Ao final da postagem, assista o vídeo com a música "Os Portais do Taj Mahal" do Alexandre de Farias (produtor da novela).


TAJ MAHAL
Agra, Índia


O Taj Mahal, uma enorme mesquita-mausoléu de rara beleza, foi construída por ordem de Shah Jahan, o quinto monarca muçulmano do império Mogul (estabelecido em 1526 e oficialmente abolido pelos ingleses em 1857), em memória de sua esposa, Arjuman Bano Begum, uma princesa persa mais conhecida como Mumtaz Mahal, falecida em 1631, aos 39 anos de idade, durante o parto de seu 14º filho. Abalado pelo óbito inesperado o monarca mergulhou em luto profundo, sem esquecer, porém, que o último desejo que a esposa lhe segredara fora o de que ele perpetuasse a lembrança dela mandando erguer um mausoléu como jamais o mundo tinha visto até então.

A partir daí Shah Jahan se dedicou de corpo e alma ao cumprimento da promessa feita à esposa moribunda, iniciando a construção da maravilhosa obra totalmente revestida com mármore branco e emoldurada por um jardim dividido em quadrados iguais e cruzado por um canal ladeado de ciprestes, no qual se reflete a sua imagem mais imponente. O monumento fúnebre foi erguido de 1631 a 1648, e nele 20.000 trabalhadores labutaram diariamente, utilizando materiais importados de todas as regiões da Índia e também da Ásia Central, transportados no lombo de mil elefantes. Vinte e oito tipos diferentes de pedras raras, e até preciosas, foram empregadas na construção do edifício, desde o arenito vermelho trazido de Fatehpur Sikri (cidade indiana construída em 1568 e abandonada cerca de catorze anos depois por falta de água), ao jaspe do Punjab (também na Índia, fronteira com o Paquistão); jade e cristal da China; turquesas do Tibete, lápis-lazúli e safiras do Sri Lanka; hulha e cornalina da Arábia; e diamantes de Panna (reserva natural em Khajuraho, 620km a sudoeste de Deli, antiga capital da Índia). O luminoso mármore branco veio da distante Makrana, no Rajastão, noroeste da Índia.



A história de amor ligando o imperador à sua esposa mais parece um conto de fadas. Quando ainda príncipe, Kurram - esse era o seu nome na época - se enamorou de uma princesa que contava, então, apenas quinze anos de idade. Ele e ela haviam tido um encontro casual em certa manhã de primavera, e nessa oportunidade, ao cruzarem seus olhares por breves instantes, entrelaçaram definitivamente os seus destinos. Mesmo sem poderem se encontrar ao longo dos cinco anos seguintes, os jovens mantiveram acesa a chama da paixão que os unia, até que em 1612 a cerimônia do casamento os colocou lado a lado. Nesse dia ela foi rebatizada com o nome de Mumtaz Mahal, que significa “a eleita do palácio”, enquanto ele, ao ser coroado imperador em 1628, passou a ser conhecido como Shah Jahan, “o rei do mundo”. Os dois viveram felizes durante dezenove anos, até que a morte os separou de forma prematura e inesperada. Durante os dois anos posteriores ao falecimento da imperatriz, não houve musica, festas ou celebrações de espécie alguma em todo o reino.



Essa é a origem do Taj Mahal, uma variação curta de Mumtaz Mahal, nome da mulher cuja memória o monumento procura preservar. Por dentro e por fora o mausoléu é simplesmente deslumbrante. Entre as muitas descrições que dele já foram feitas, uma diz que “a câmara mortuária, sempre mergulhada na penumbra, é rodeada por finas paredes de mármore incrustado com pedras preciosas, formando uma espécie de cortina com milhares de cores, enquanto a sonoridade do interior amplo e elevado, é triste e misteriosa, como um eco que soa e ressoa sem nunca se deter”. Quanto à construção, diz-se que encimando o edifício “surge uma cúpula esplendorosa, a coroa do Taj Mahal, rodeada por outras quatro cúpulas menores, guarnecidas nos extremos da plataforma por quatro torres levantadas com uma pequena inclinação, para que, em caso de desabamento, nunca caiam sobre o edifício principal”. E com relação aos detalhes da obra, ressalta-se que “os arabescos exteriores são desenhos muçulmanos feitos com pedras semi-preciosas incrustadas no mármore branco, segundo técnica italiana utilizada pelos artesãos hindus, trabalho feito com tamanha precisão que suas juntas somente são percebidas com o auxílio de uma lupa. Uma flor de apenas sete centímetros quadrados pode ter até 60 incrustações distintas, enquanto o rendilhado das janelas foi trabalhado a partir de blocos de mármore maciço”.



Mas Shah Jahan foi destronado por ser próprio filho e aprisionado durante oito anos na vizinha Grande Fortaleza Vermelha, de onde, segundo a tradição, se podia avistar o Taj Mahal através da pequena janela existente em sua cela. Quando morreu, foi sepultado ao lado da sua esposa, sendo esta a única quebra na perfeita simetria de todo o complexo do grandioso monumento, cujo nome tem origem não muito clara. Cronistas da corte do imperador que o construiu, o chamavam de a rauza (tumba) de Mumtaz Mahal, acreditando-se, daí, que a expressão Taj Mahal, usualmente traduzida como “Palácio da Coroa” ou Coroa do Palácio”, possa ser, como já foi explicado, uma versão abreviada do nome da imperatriz.



O monumento, eleito como uma das sete maravilhas do mundo moderno, representa toda a grandiosidade que o amor pode inspirar ás pessoas, e por isso, durante séculos ele tem motivado os poetas, os pintores e os músicos que tentaram capturar a sua magia e transformá-la em palavras, em cores e em música. Viajantes cruzaram continentes inteiros para admirar a esplendorosa beleza dessa obra inesquecível, sendo poucos, muito poucos, os que lhe ficaram indiferentes. Decorridos quase quatrocentos anos após a conclusão da obra, milhões de visitantes continuam a reter a sua aura romântica, porque, como já disse um poeta, “o Taj Mahal, será para todo o sempre, uma lágrima solitária no tempo”.



FERNANDO KITZINGER DANNEMANN - Contador de Histórias

O VÍDEO



A REFORMA PROTESTANTE E A CONTRA-REFORMA

Durante a Idade Média, o poder da Igreja era tão grande que sua autoridade era quase inquetionável, mesmo assim já haviam aqueles que ousavam discordar dos seus ensinamentos e da sua prática. Essas pessoas eram consideradas hereges, ou seja, transgressoras da doutrina e dos dogmas católicos, sendo por isso perseguidas pela Igreja.
No século XV, o fortalecimento da burguesia e o interesse dos reis em ampliar seu poder, foram decisivos para fortalecer a crítica à Igreja Católica e provovar sua divisão.

O início de tudo
Em 1517 o papa Leão X decretou a venda de indulgências (documentos que assegurariam o perdão dos pecados de uma pessoa, em troca de uma quantia em dinheiro).
Na Saxônia (atual Alemanha), o monge Martinho Lutero revoltou-se com o decreto do papa e, como resposta, pregou na porta da catedral de Wittenberg um documento com 95 pontos contrários aos ensinamentos e às práticas da Igreja Católica.
Em 1520, Lutero foi declarado herege e excomungado da Igreja, pois recusou-se a voltar atrás na defesa de suas idéias. Apoiado por príncipes alemães, Martinho Lutero continuou difundindo sua doutrina iniciando, assim, a Reforma Protestante.


Martinho Lutero, retratado por Lucas Cranach, em 1529.


A doutrina da Reforma
A doutrina luterana tinha três pontos principais:
*Justificação pela fé - a pessoa é salva por meio da fé e nao pelas obras que pratica;
*Sacerdócio universla - todos os crentes podem interpretar os textos sagrados por si mesmos;
*Negação da infalibilidade da Igreja - a única fonte da verdade é a Bíblia, e não a tradição ensinada pela Igreja.

Outros movimentos reformadores
A Reforma Luterana abriu caminho a novos movimentos reformadores, como o calvinismo e o anglicanismo.

O francês João Clavino, defensor da reforma de Lutero, entrou em contato, na Suiça, com outras idéias protestantes, que o ajudaram a formar uma nova doutrina, o calvinismo. Calvino manteve quase todos os princípios luteranos, mas estabeleceu uma diferenciação radical do luteranismo ao criar a idéia de predestinação absoluta.

O movimento reformador na Inglaterra teve origem essencialmente plítica, pois o rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, queria divorciar-se de sua esposa Catarina de Aragão (filha dos reis católicos da Espanha), porque ela não conseguia lhe dar filhos homens. O papa não concedeu o divórcio. Diante disso, em 1531, Henrique VIII rompeu com a Igreja de Roma. Três anos depois (1534), o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que proclamou o rei o único e supremo chefe da Igreja inglesa, a igreja Anglicana. Henrique VIII pode, então, nomear bispos e desapropriar terras da Igreja Católica e distribuí-las entre os nobres ingleses.

A Contra-Reforma
A Contra-Reforma, ou Reforma Católica, surgiu no interior da Igreja Católica com dupla finalidade: conter o avanço do protestantismo e discutir as críticas internas da própria Igreja.
A Igreja tomou medidas para reorganizar sua estrutura interna. Entre 1534 e 1590 as finanças foram reorganizadas, exigiu-se o preenchimento dos cargos da Igreja por padres destacados pela integridade moral e adotou-se uma plítica intolerante com os padres de conduta duvidosa.

O Concílio de Trento

Detalhe do afresco Concílio de Trento, de Taddeo Zuccaro, feito entre 1560 e 1566.


Entre 1545 e 1563, os cardeais católicos, sob a direção do papa, reuniram-se na cidade de Trento, na Itália, para discutir as reformas.
O Concílio reafirmou a doutrina católica e a organização da Igreja. Negou as mudanças doutrinárias realizadas pelos reformistas, confirmando os sete sacramentos, o culto à Virgem Maria e aos santos. Enfim, confirmou que as fontes da doutrina católica são as tradições e a Bíblia.
O Concílio de Trento acabou reafirmando a divisão da comunidade cristã, iniciando uma acirrada disputa entre católicos e protestantes em busca de adeptos.

A Igreja utilizou vários meios para conter o protestantismo e alcançar novos fiéis, tais como:

- expandir a fé católica além da Europa (evangelização dos povos da América, empreendida pela ordem dos jesuítas);
- reativação do Tribunal do Santo Ofício (ou Inquisição, que agia como guardiã da fé católica, punindo os suspeitos de agir de forma condenável pela Igreja);
- Criação dos ìndices Proibidos - O Index (lista de livros censurados pela Igreja, considerados prejudiciais à fé católica);
- Publicação do catecismo (resumo da doutrina católica).

Esses instrumentos foram eficientes, principalmente nos países da Península Ibérica, onde a Reforma Católica teve o apoio dos reis católicos da Espanha e de Portugal.

A divisão da Europa
Em meados do século XVI, os cristãos europeus estavam divididos em várias igrejas. Dentro de cada país as pessoas eram obrigadas a seguir a religião do rei. Por exemplo, nas regiões da Alemanha onde o luteranismo havia sido adotado, os católicos foram perseguidos. Na Espanha, a Inquisição perseguiu protestantes, judeus, cristãos-novos (filho ou neto de judeus convertido ao cristianismo) e muçulmanos.
Do vasto domínio da Igreja de Roma na Europa, restaram apenas Península Itálica, Espanha, Portugal, Áustria, França, Polônia, sul da Alemanha e Irlanda. Mesmo assim, nesses países, os protestantes tinham muitos adeptos.

Católicos X calvinistas na França
Foi na França que a divisão entre católicos e protestantes se manifestou de forma mais violenta. A divisão mais acirrada opunha os católicos aos calvinistas, chamados na França de huguenotes.
No reinado de Carlos IX as tensões se agravaram. O momento mais grave ocorreu em 24 de agosto de 1572, na chamada Noite de São Bartolomeu, quando cerca de 3 mil huguenotes foram massacrados em Paris a mando da mãe do rei, a católica Catarina de Médicis.

Detalhe da obra de François Dubois, do século XVI, A noite de São Bartolomeu.


Na França, milhares de pessoas morreram numa onda de guerras religiosas que foi desencadeada por essa noite. O conflito só terminou com a promulgação do Edito de Nantes, em 1598, que concedeu liberdade de culto no país.

O PRIMEIRO REINADO

D. Pedro I





Uma vez proclamada a independência, o nascente governo brasileiro precisava vencer a resistência interna, obter o reconhecimento internacional e elaborar uma Constituição para o país.
Portugueses e forças imperiais e as elites políticas brasileiras enfrentaram-se duramente, contando até mesmo com a intervenção das armas britânicas.
As províncias do Pará, Maranhão, Piauí e Ceará, além de parte da Bahia e da Província Cisplatina, recusaram-se a obedecer à decisão de D. Pedro, aliando-se às Cortes portuguesas.
A unidade territorial do império foi definida apenas no final de 1823, quando a resistência das províncias foi vencida. Os violentos conflitos das guerras de independência contrariam a visão da historiografia tradicional de que a independência do Brasil foi pacífica e ordeira.




Maria Quitéria, líder das guerras contra as tropas portuguesas na Bahia. Maria Quitéria, de D. Failutt, século XIX.





Se no plano interno a consolidação da independência foi difícil, no plano externo o reconhecimento só aconteceu três anos depois do grito do Ipiranga.
Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil, em 1824. Mas o novo Estado precisava do aval de Portugal para ser reconhecido pelas potências européias.
Depois de várias negociações diplomáticas, em 1825, com a assinatura do Tratado de Paz e Aliança, a independência brasileira foi, finalmente, reconhecida. Entre outras obrigações, o Brasil concordava em idenizar Portugal coma quantia de 2 milhões de libras esterlinas, fornecida por um empréstimo inglês.
Depois de Portugal, a Inglaterra, a França, a Áustria e as demais potências européias reconheceram o Brasil como novo Estado independente na América do Sul.

A Assembléia Constituinte de 1823
Logo após a independência ocorreram as eleições para a Assembléia Constituinte, formada de advogados, padres, funcionários públicos e, principalmente, proprietários rurais. Chamados de constituintes, tinham por objetivo elaborar a Constituição do Brasil.
Os debates na Assembléia eram intensos. Os constituintes estavam divididos em duas correntes claramente distintas: partidários e adversários de D. Pedro.

- Partidários do imperador - defendiam um governo centralizado e forte, capaz de conter as tendências separatitas existentes no começo do império.
- Adversários do imperador - Propunham limites para a autoridade do imperador.

As divergências entre as duas correntes principais terminaram com a dissolução da Assembléia pelas tropas de D. Pedro, em novembro de 1823, na chamada Noite da Agonia.
Dissolvida a Assembléia, D. Pedro encomendou um novo projeto constitucional, outorgado por ele em 1824. A primeira Costituição do Brasil conciliava os interesses da elite com o autoritarismo do imperador.

A Confederação do Equador
A dissolução da Assembléia Cosntituinte de 1823 e a excessiva centralização da carta outorgada de 1824 desagradaram as lideranças da província de Pernambuco, onde havia um forte sentimento antiportuguês e favorável à república.
Em junho de 1824, os revoltosos da província proclamaram a Confederação do Equador, propondo uma república independente do governo central. Obteve o apoio e a adesão do Rio Grande do Norte, do Ceará, da Paraíba e do Piauí.
O governo imperial reagiu violentamente, mobilzando tropas mercenárias para reprimir o levante. Os principais líderes foram presos e nove deles foram condenados à morte e executados. Em 1825, Frei Caneca, figura central do movimento, foi morto a tiros, pois o carrasco designado para executar o enforcamento do Frei, recusou-se a fazê-lo.

Frei Caneca, um dos líderes da Confederação do Equador, em pintura de Murillo La Greca, meados do século XX.


O curto reinado de D. Pedro I foi marcado por conflitos com os brasileiros. À medida que aumentavam esses conflitos, D. Pedro se aproximava do Partido Português. Para os adversários, o imperador tinha a intenção de recolonizar o Brasil. A crise se agravou em março de 1831, quando D. Pedro fez uma viagem a Minas Gerais. Os portugueses organizaram uma festa para receber o imperador para compensar a péssima recepção feita pelos mineiros. Tudo terminou num grande desastre: um confronto violento entre brasileiros e portugueses nas ruas do Rio de Janeiro, que durou três dias e ficou conhecido como a Noite das Garrafadas.
No início de abril, a situação era insustentável. Não era mais possível controlar as manifestações de protesto. Tanto na capital como nas provincias as pregações feitas pela associações oposicionistas para derrubada do governo eram explícitas. Até memebros do alto comando do exército aderiram à revolta.
Em 7 de abril de 1831, isolado politicamente e abandonado pelos militares, D. Pedro I abdicou do trono do Brasil e partiu para a Europa. A Coroa ficou com seu filho, o brasileiro Pedro de Alcântara, na ocasião com 5 anos de idade. A abdicação de D. Pedro I significou a vitória das elites brasileiras e a ruptura definitiva com Portugal.




A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL




Muitos acontecimentos se sucederam até o Brasil tornar-se independente. Muitos morreram em nome da libertação da condição de colônia de Portugal. Acompanhem os acontecimentos...

O processo de independência do Brasil foi o resultado de três fatores principais:
• A independência dos Estados Unidos (mostrou que as colônias podiam se tornar países autônomos);
• Os ideais do iluminismo e da Revolução Francesa (que pregavam a liberdade e combatiam a opressão monárquica);
• Os conflitos entre os interesses das elites agrárias e mercantis do Brasil e o pacto colonial português (a razão mais importante).

As regras do pacto colonial
Por ser uma colônia, o Brasil estava submetido ao controle do pacto colonial português (também chamado de exclusivo comercial metropolitano). O objetivo das autoridades reais era garantir que todas as atividades econômicas da colônia gerassem lucros para a metrópole. A grande parte da produção era de produtos que tivessem alto valor de troca na Europa, e os produtos que saíssem do Brasil ou entrassem neste território, só podiam ser transportados em navios portugueses – isso garantia que toda a riqueza fosse transferida para a Coroa e para os mercadores lusitanos.
A crise econômica portuguesa levou a Coroa a intensificar o controle sobre a América Portuguesa, e ao longo dos séculos XVII e XVIII, várias restrições foram impostas ao Brasil, tais como:
• ficou proibido o comércio da colônia com todos os navios estrangeiros (decreto de 1661);
• os navios da colônia só podiam ancorar em portos portugueses (decreto de 1684);
• os navios estrangeiros permitidos pela Coroa só poderiam vir para a colônia em frotas oficiais (1711).
O aumento da opressão da metrópole se chocava com o crescimento econômico da colônia. Os produtores que enriqueceram com as exportações agrícolas estavam descontentes com o controle português. O pacto colonial, portanto, tornou-se incompatível com a nova realidade da colônia.



A era pombalina
Em meados do século XVIII, Portugal era um país pobre em manufaturas e dependia muito da Inglaterra, de onde vinha a maior parte dos produtos manufaturados consumidos no reino.
Os objetivos do marquês de Pombal eram a recuperação econômica e a modernização de Portugal. O marquês de Pombal era ministro de Estado dos Negócios da Marinha e dos Domínios Ultramarinos do rei D. José I.
O marquês impôs durante o seu governo (1750-1777), varias medidas para reorganizar a administração colonial e fortalecer o exclusivo comercial metropolitano.
• Instituiu a cobrança do mínimo de 100 arrobas anuais de ouro a serem entregues à Coroa.
• Criou companhias comerciais que tinham o monopólio da navegação e do comércio na colônia.
• Transferiu capital de Salvador para o Rio de Janeiro, para que o governo ficasse mais próximo das minas e do sul da colônia, onde havia vários conflitos com os espanhóis.
As atitudes do ministro tiveram grande efeito na economia brasileira como o aumento das atividades agrícolas coloniais e enriquecimento de muitos produtores rurais. Em geral, a administração colonial do fim do século XVIII, tinha como intenção principal, transferir o máximo de riqueza do Brasil para Portugal.
No entanto, a administração pombalina não foi capaz de impedir a crise do domínio colonial. Depois da Revolução Industrial, o contrabando de produtos estrangeiros se intensificou devido o enorme aumento do volume de mercadorias produzidas na Inglaterra. Com a industrialização, o pacto colonial tornou-se um obstáculo para a Inglaterra, pois esta precisava de liberdade comercial para conquistar um mercado consumidor para os seus produtos na América Portuguesa, e o pacto colonial não permitia isso.
Portugal reforçou ainda mais o controle sobre a colônia. O comércio dos colonos com outros países foi proibido, e as poucas manufaturas de tecidos que havia no Brasil foram fechadas em 1785, no governo de D. Maria I, só restando as que produziam tecidos grossos de algodão. Toda essa ação visava enquadrar a colônia nas rígidas regras do pacto colonial.

A Conjuração Mineira

Na segunda metade do século XVIII, a extração do ouro em Minas Gerais começou a escassear pelo esgotamento das lavras. O governo português exigia o pagamento de pesados impostos, mesmo com a diminuição da produção. A queda da produção levou os mineradores a atrasar os tributos recolhidos por eles e, consequentemente, reduziu o montante do imposto que ia para os cofres da Coroa.
Em 1788, chegou a Minas Gerais o novo governador da capitania, Luís Antônio Furtado de Mendonça, o visconde de Barbacena. Veio com a tarefa de fazer cumprir o alvará de 1750, onde constava a obrigatoriedade do pagamento das 100 arrobas de ouro para a Coroa portuguesa. No inicio de 1789 a divida dos contratadores com a Coroa já chegava a 1 milhão de réis (mais ou menos o dobro das moedas emitidas anualmente pelo governo português na época). As suspeitas de que haveria uma nova derrama exaltaram os ânimos dos mineiros.
Quando se anunciou para o ano de 1789 a cobrança dos impostos atrasados e uma ampla investigação sobre o contrabando na região, destacados membros da elite econômica e cultural de Minas passaram a se reunir em Vila Rica para planejar um movimento contra o domínio colonial.
Entre os conjurados havia intelectuais, clérigos (os padres Oliveira Rolim e Toledo e Melo), advogados, mineradores e contratadores endividados (Alvarenga Peixoto, Abreu Vieira e Oliveira Lopes), proprietários de terras, poetas (Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga) e militares de alta patente, a maioria influenciada pelo exemplo da independência dos Estados Unidos (1776) e pelos ideais iluministas de liberdade e igualdade. Além deles estava Joaquim Silvério dos Reis, um dos mais endividados negociantes da capitania. O único conjurado que não fazia parte da elite era o alferes Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes – militar de baixa oficialidade e membro de uma família empobrecida.
O plano dos conjurados era proclamar uma república em Minas Gerais, esperando por um apoio posterior de São Paulo e do Rio de Janeiro. Outras propostas defendidas pelos conjurados foram:

• fundação de uma universidade em Vila Rica;
• desenvolvimento das manufaturas têxteis e da siderurgia;
• liberação do Distrito Diamantino para toda a população mineira;
• perdão de todas as dívidas coma Fazenda Real.

As reuniões aconteceram na casa do tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, um dos homens mais influentes de Minas Gerais.
Os revoltosos decidiram que o levante aconteceria no mesmo dia em que fosse decretada a derrama. Mas, em março de 1789, Joaquim Silvério dos Reis, delatou os companheiros em troca do perdão das dívidas com a Coroa. Todos os conspiradores foram presos e enviados para o Rio de Janeiro. O movimento não chegou a se realizar.
Por ordem de D. Maria I, rainha de Portugal, em 1790 o processo dos conjurados teve início, registrado nos Autos da Devassa contra a Inconfidência Mineira, e durou até 1792. Os réus foram acusados de inconfidência. Os mais poderosos fizeram arranjos políticos e livraram-se das acusações ou receberam castigos mais leves; outros tiveram as penas mais duras transformadas em prisão temporária; outros, em prisão perpétua. O poeta Claudio Manuel da Costa teria sido assassinado na prisão (embora sua morte conste nos autos como suicídio). O único condenado à morte foi Tiradentes, o mais pobre dos rebeldes. Ele foi enforcado em praça pública e teve seu corpo esquartejado. As partes do seu corpo foram penduradas e exibidas nas ruas das cidades mineiras, como forma de punição exemplar por parte da Coroa.


Tiradentes esquartejado, tela de Pedro Américo, 1893.


A Conjuração Baiana
Por volta de 1790, o Haiti, colônia francesa no Caribe (ou Antilhas), iniciou sua guerra de independência. Durante o conflito, vastas plantações de cana-de-açúcar foram destruídas e a queda da produção antilhana valorizou o açúcar brasileiro.
A alta nos preços do açúcar levou os proprietários da Bahia a ampliar o cultivo de cana e reduzir as plantações de gêneros alimentícios. Os preços dos produtos subiram e a fome se espalhou pela capitania.
A carestia, a escassez de alimentos e as más condições de vida da maior parte da população, criaram em Salvador, na Bahia, um ambiente favorável para a revolta. Os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade ganhavam adeptos na Bahia.
O movimento baiano teve caráter popular e um forte conteúdo de oposição aos membros da elite econômica e social. Contou com a participação de pequenos comerciantes, soldados, artesãos, alfaiates, negros libertos, mulatos e escravos. Havia entre eles também alguns brancos mais abastados.
No dia 12 de agosto de 1789 Salvador amanheceu coberta de cartazes, chamando o povo à revolução. As autoridades portuguesas reagiram rápida e violentamente. A devassa recaiu sobre os negros e os mulatos, que foram punidos com rigor. Quatro deles foram condenados à morte, executados e esquartejados, da mesma forma como aconteceu com Tiradentes.

O Brasil se torna sede do reino português
Quando o imperador francês Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental, o governo luso se viu num dilema. Por um lado, submeter-se ao bloqueio e romper com a Inglaterra significava expor as colônias portuguesas ao poderio naval britânico. Por outro, desacatar a ordem de Napoleão resultaria na invasão de Portugal pelas tropas francesas.
Em outubro de 1807, negociações secretas entre os reinos português e britânico acertaram a transferência da família real para o Brasil, escoltada pela esquadra inglesa.
As notícias da invasão francesa provocaram pânico na família real e nos fidalgos portugueses, que desesperadamente procuravam um lugar nos navios. Muitos que não conseguiam embarcar jogavam-se no mar.
No dia 29 de novembro, a família real, acompanhada de aproximadamente 10 mil pessoas, partiu do porto de Belém, em Lisboa, com destino ao Brasil. Na pressa, pratarias valiosas e caixotes de livros da Real Biblioteca foram esquecidos no porto.

A abertura dos portos de 1808
No dia 24 de janeiro de 1808, a nau que conduzia o príncipe regente D. João atracou em Salvador, a antiga capital da colônia. Pela primeira vez, uma família real européia pisava em solo americano, para aqui se instalar.
Dias depois, D. João assinou o decreto que abriu os portos brasileiros ao comércio com as nações amigas.
Motivações para a abertura dos portos:
• Negociações com a Inglaterra – ao abrir os portos brasileiros, o príncipe cumpria o acordo feito com a Inglaterra, pelo qual se comprometia a escoltar a corte para o Brasil, em troca do fim das restrições comerciais aos produtos ingleses.
• A necessidade de abastecer a corte – com o território invadido pelas tropas francesas, os portugueses não teriam como abastecer o Brasil com produtos europeus. Essa medida foi necessária, então, para assegurar o conforto da corte na América.
Para o Brasil, a abertura dos portos significou o término do exclusivo comercial metropolitano e o primeiro passo rumo à independência em relação a Portugal.

De colônia a Reino Unido
Aos poucos a colônia transformou-se em sede da administração portuguesa. Repartições que cuidavam das finanças, do comércio, da agricultura e de outros serviços foram transferidas para a cidade do Rio de Janeiro. Em 1815, o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, deixando oficialmente de ser uma colônia portuguesa.

Inovações na cidade da corte
A família real procurou trazer para o Rio de Janeiro o modo de vida europeu. Não era possível para uma corte, educada na cultura iluminista, viver sem os livros, as pinturas e os estudos científicos, vistos como símbolos de grandeza e progresso.
• 1808 – Criação da Imprensa Régia e publicação da Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal editado no Brasil.
• 1810 – Fundação da Real Biblioteca.
• 1813 – Inauguração do Real Teatro de São João.
• 1816 – Chegada da Missão Artística Francesa, trazendo, entre outros artistas, os pintores Nicolas-Antoine Taunay e Jean-Baptiste Debret. Abertura da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.
• 1819 – Criação do Real Horto (Jardim Botânico).
O futuro rei D. João assumiu pessoalmente a tarefa de transformar a cidade do Rio de Janeiro em cartão-postal do reino.

A independência do Brasil
A situação econômica lusa se complicou com a abertura dos portos (que gerou a perda de grandes receitas) e coma guerra para expulsar os franceses de Portugal.
Com a saída dos invasores franceses, Portugal passou a ser governado por uma regência absolutista e um general inglês.
Nesse contexto de crise econômica e política eclodiu a Revolução Liberal de 1820, que começou na cidade do Porto e depois se espalhou pelas cidades mais importantes de Portugal. Os rebeldes exigiam a volta de D. João VI e uma Constituição liberal para o país.
Lideradas por uma maioria de deputados portugueses, as Cortes aprovaram uma série de medidas que demonstravam a intenção de recolonizar o Brasil:
• restrição da liberdade administrativa e comercial do Brasil;
• restabelecimento dos monopólios e privilégios portugueses;
• retorno imediato de D. João VI para Portugal.
As pressões das Cortes forçaram D. João a voltar para Portugal. Mas, para garantir a permanência da família no governo brasileiro, ele deixou seu filho, o príncipe D. Pedro, como regente do Brasil.
Pouco antes do regresso de D. João a Portugal, conflitos tumultuaram a situação política interna do Brasil, especialmente no Nordeste. Os “brasileiros” dessa região estavam descontentes com o controle que os portugueses exerciam sobre o comércio e os altos cargos administrativos. A combinação desses fatores levou à Revolução Pernambucana de 1817. Mas não havia unidade entre os revoltosos: os pobres queriam conquistar a igualdade, enquanto as elites buscavam a autonomia política. O movimento atingiu a Paraíba, o Rio Grande do Norte e Alagoas. O governo do Rio de Janeiro retomou Recife, reprimiu duramente os revoltosos, prendeu os líderes e os condenou à morte. Apesar da derrota, a Revolução Pernambucana contribuiu para acelerar o processo de independência do Brasil.
A maior parte da elite brasileira apoiava a idéia de uma monarquia dual (D. João governaria Portugal e D. Pedro continuaria governando o Brasil), e essa era também uma forma de evitar uma mobilização social pela independência. Havia entre eles um temor muito grande de uma rebelião escrava, como ocorreu com o Haiti. No entanto, as pressões das Cortes para recolonizar o Brasil levaram a elite a admitir a idéia da independência, e o príncipe regente poderia liderar esse processo sem a necessidade de mobilizar as camadas populares. Contrariando as ordens diretas das Cortes, no dia 9 de janeiro de 1822 D. Pedro decidiu permanecer no Brasil. A decisão marcou o Dia do Fico.

A proclamação da independência
As relações entre as Cortes e o Brasil a cada dia ficavam mais difíceis. Para agravar a situação, numa viagem que fez a São Paulo, D. Pedro recebeu notícias de que as Cortes haviam reduzido o poder do príncipe regente. Na carta, José Bonifácio, ministro do Conselho de Estado, insistia para que D. Pedro rompesse com Portugal. No dia 7 de setembro de 1822 foi proclamada a independência do Brasil.
A independência do Brasil foi resultado de uma aliança política entre o príncipe D. Pedro e a aristocracia rural brasileira. As elites se aproximaram de D. Pedro para evitar a participação popular na luta pela independência e garantir seus privilégios. Por isso, o Brasil que nasceu da independência era um país monárquico e escravista.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 DE SETEMBRO - UMA LEMBRANÇA AMARGA

Exatamente há oito anos, dia 11 de setembro de 2001, o mundo parou perplexo diante do espetáculo mais inimaginável e horrível que se pode imaginar. As torres gêmeas do World Trade Center (WTC), maior símbolo do poderosa economia norte-americana, vieram abaixo. Passavam por ali cerca de 200 mil pessoas, 50 mil dos quais trabalhadores. Momentos mais tarde, em Washington, o Pentágono, Sede do Ministério da Defesa e do Comando das Forças Armadas dos Estados Unidos, também era atacado.

Vamos relembrar...


Numa espantosa ação coordenada, e tendo como armas grandes jatos comerciais seqüestrados - carregados de combustível -, terroristas lançaram na terça-feira, 11 de setembro de 2001, um gigantesco e devastador ataque contra os Estados Unidos.

Às 08h45min, um Boeing 767-200 da United Airlines - que decolara de Boston às 7h59 para o vôo 175, rumo a Los Angeles, com 65 passageiros e nove tripulantes a bordo - é desviado e se choca contra a torre sul do World Trade Center, em Nova York. Pouco depois, às 9h03min, um segundo Boeing 767-200, da American Airlines - que partira de Boston às 8h10 para o vôo 11, rumo a Los Angeles, com 92 pessoas a bordo - atinge a torre norte do World Trade Center, diante das câmeras de TV.

WTC foi o primeiro alvo. Pentágono seria atacado em seguida.


Às 9h40 ocorre o ataque ao Pentágono. Em Washington, um outro jato da American Airlines (um Boeing 757) choca-se com instalações do Pentágono, nas proximidades da área de pouso de helicópteros. Faria o vôo 77, do Aeroporto de Dulles a San Francisco, com 58 passageiros e 11 tripulantes. Parte de um dos edifícios do Pentágono ficou muito danificada. Em seguida, as autoridades determinaram a evacuação da Casa Branca, Capitólio e Departamento de Estado


Momento exato em que uma das torres do World Trade Center era atingida


A exemplo das armas usadas - Boeings 767 e 757 da American e United Airlines, as duas maiores empresas aéreas americanas - os alvos escolhidos para a horripilante seqüência de atentados não poderiam ser mais simbólicos do poderio econômico e militar dos EUA: as torres gêmeas World Trade Center, de 110 andares, no coração do distrito financeiro de Nova York, que desabaram menos de uma hora depois de serem atingidas nos andares superiores por dois aviões, com 18 minutos de intervalo; e o Pentágono, a sede do Ministério da Defesa e do comando das forças armadas do país, nos arredores de Washington.

Conseqüências

Os atentados foram atribuídos à rede Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, um terrorista que há 5 anos morava nas montanhas do Afeganistão. Naquela que foi chamada "cruzada contra o terror" pelo presidente americano George W. Bush, foi ordenado um ataque que devastou o país do centro-oeste asiático, na operação militar batizada de "Liberdade Duradoura".

Vinte e seis dias depois de sofrer um devastador ataque contra os principais símbolos do imenso poder econômico e militar – o primeiro contra o território continental em quase 200 anos -, e após intensos preparativos militares e diplomáticos, os Estados Unidos desencadearam no domingo, 07 de outubro, a resposta militar com uma noite de bombardeio maciço contra instalações da rede terrorista Al Queda no Afeganistão. As primeira explosões foram ouvidas às 9 horas da noite (13h de Brasília) em Cabul, a capital do Afeganistão, e Kandahar, cidade mais ao sul que é a principal base política do mulá Mohamed Omar, o líder do Taleban.

A operação durou pouco mais de dois meses. No sábado, 29 de dezembro de 2001, o Pentágono anunciava o fim da fase militar da guerra contra o terrorismo, anunciando planos para substituir os mais de mil fuzileiros navais estacionados em Kandahar por soldados do Exército.

Terroristas e suspeitos foram levados para a base militar de Guantánamo, em Cuba

Segundo órgãos da Imprensa, presos são humilhados na Base Militar de Guantánamo, em Cuba

"Guantánamo: O Auschwitz dos EUA". Foi assim que o site do Centro de Mídia Independente definiu a base militar para onde foram levados os suspeitos e terroristas da rede Al Qaeda. Segundo o mesmo site, o local apresenta um "cenário de um campo de concentração ao melhor estilo nazista: cães policiais soltos, prisioneiros acorrentados submetidos a tortura e humilhações e cercas de arame farpado em torno do campo; sobre o qual, tremula triunfante uma bandeira norte-americana".

Desde que começaram a ser levados para a Base de Guantánamo, mais de 30 presos cometeram suicídio. Atualmente, cerca de 660 presos vivem no local. Em abril deste ano, um militar que pediu para não ser identificado, admitiu ao jornal londrino The Guardian que três meninos, com idades entre 13 e 15 anos, também encontravam-se presos na base. O militar não identificou os meninos, limitando-se dizer que foram trazidos este ano do Afeganistão sob suspeita de terror. Sem documentos, só exames médicos revelaram suas idades.

Fonte: www.unificado.com.br



domingo, 6 de setembro de 2009

REGISTRO CIVIL

É muito interessante saber, que os registros, tais como as certidões de nascimento, não foram feitos da mesma forma o tempo todo. Muitas mudanças ocorreram. Confiram a trajetória de um documento tão importante para o cidadão.
Página de rosto do "Regulamento do Registro Civil", o primeiro texto legal a estabelecer o registro civil obrigatório e universal no Brasil em 1888.


Registro civil é o termo jurídico que designa o assentamento dos fatos da vida de um indivíduo, tais como o seu nascimento, casamento, divórcio ou morte (óbito). Também são passíveis de registro civil as interdições, as tutelas, as adoções, os pactos pré-nupciais, o exercício do poder familiar (chamado de pátrio poder no antigo código civil de 1916 do Brasil; em Portugal: poder paternal), a opção de nacionalidade, entre outros fatos que afetam diretamente a relação jurídica entre diferentes cidadãos.

O registro de indivíduos remonta à Antigüidade, no entanto, aplicava-se apenas a alguns poucos que à época possuíam o título de cidadãos (homens livres). Depois da queda do Império Romano, a Igreja Católica tornou-se a responsável pelo registro dos indivíduos e dos seus títulos, continuando a tradição clássica de registrar fatos que envolviam somente pessoas com posses, sejam de ordem eclesiástica, dinástica ou nobiliárquica.

A primeira vez que se institui o registro universal dos batismos e das mortes (sepulturas) foi em 1539 com a Ordenança de Villers-Cotterêts no Reino da França. Somente com o fim do Concílio de Trento, em 1563, é que a obrigatoriedade do registro de batismos, matrimônios e mortes de todos os indivíduos é estendida à totalidade do mundo católico.

Finalmente, no início do século XIX o registro civil como é conhecido hoje, ou seja, universal e laico foi criado com o advento do Código Napoleônico de 1804. Todos os territórios sob o jugo de Napoleão Bonaparte foram obrigados a adotar o novo código, o que afetou sensivelmente o poder da Igreja Católica.

Pode-se considerar que o Código Napoleônico tenha sido o maior legado de Napoleão à Humanidade, pois direta ou indiretamente - e mesmo no Oriente - todos os países do mundo sofreram a sua influência em maior ou menor grau, o que se evidencia nos seus sistemas legais.



O registro civil no Brasil

Nas cidades (grandes municípios) o registro civil teve seu início por volta do ano de 1875, embora só tenha passado a ser de instituição obrigatória em 1888 com a Lei do Registro Civil promulgada pouco antes da Proclamação da República.

No Brasil, desde o seu início, o registro civil configura-se como um serviço público delegado a privados responsáveis pelos Cartórios do Registro Civil. Até 1988, com a promulgação da Constituição atualmente em vigor, os cartórios eram cedidos de forma vitalícia e hereditária pelo governo da União (mais recentemente pelos estados da federação) a personalidades ilustres da sociedade como forma de barganha política e também como meio de controle social.

Atualmente, o registro civil é oficialmente apresentado sob o nome de Ofício do Registro Civil das Pessoas Naturais, sendo os oficiais indicados por concurso público.

O registro civil no Brasil foi criado de maneira formal e generalizada com o decreto número 5604 de 25 de abril de 1874, cujo artífice principal foi o então deputado geral do Império do Brasil, João Alfredo Correia de Oliveira.

O decreto 5604 regulamentou o registro civil de nascimentos, casamentos e óbitos. A partir do ano seguinte, 1875, algumas cidades brasileiras (somente os grandes municípios) deram início paulatino à crição de ofícios do registro civil, os chamados "cartórios do registro civil".

Antes de 1875 já haviam surgido anteriormente iniciativas de implantar o registro civil no Brasil. A principal delas remonta à 1863 com a edição do decreto nº 3069 que davam efeitos civis a registros de casamentos de acatólicos, ou seja, os cidadãos que não fossem católicos poderiam ter seu casamento reconhecido pelo Estado, fato que anteriormente causava problemas, mormente em casos de sucessões e heranças. Variando em cada município, os casamentos de acatólicos eram registrados em livros de assentamento de paróquias (principalmente luteranos) ou pela prefeituras. Esta medida visava a atender a crescente demanda da imigração, claramente a alemã.

Universalização
A universalização do registro civil foi imposta pelo decreto 9886 de 7 de março de 1888, que instituiu a obrigatoriedade do registro de nascimento, casamento e óbito em ofícios do Estado, criados e delegados a privados. A partir de então, o registro deixa definitivamente de ser uma prerrogativa da Igreja Católica.

As forças que levaram a esta obrigatoriedade encontram-se na crescente pressão republicana e positivista. De fato, em 15 de novembro de 1889 foi proclamada a República no Brasil, quebrando os últimos laços oficiais entre a Igreja e o Estado e o fim do regime de padroado.

A partir de então, todos os municípios brasileiros deveria estar dotados de pelo menos um ofício do registro civil. Nas grandes cidades criaram-se ofícios exclusivos para o registro civil, enquanto que nos médios e pequenos municípios o registro civil foi uma função acumulada pelos cartórios de notas, que normalmente já existiam.

Apesar da universalização, o registro civil demorou a ser "aceito" pela população, principalmente no interior do país, onde o controle religioso da Igreja Católica e a distância das áreas rurais aos cartórios impossibilitavam um maior índice de registros.


Atualidade
A lei que atualmente regula o registro civil no Brasil é a de número 6015 de 31 de dezembro de 1973, intitulada "Lei dos Registros Públicos".

Ainda hoje, o Brasil possui um alto índice de sub-registro, ou seja, muitas crianças não são registradas civilmente nos ofícios de registro civil até os primeiros 45 dias de vida. Esta situação foi sensivelmente atenuada com a aprovação da lei 9534 de 10 de dezembro de 1997, que determinou a gratuidade universal do registro de nascimento. Antes desta lei, o registro de nascimento gratuita era possível apenas para pessoas "reconhecidamente pobres", todavia a prova de pobreza era subjetiva e, freqüentemente, humilhante para o requerente, desincentivando o registro.

Uma outra forma de diminuir os sub-registros são os mutirões realizados periodicamente para lavrar nascimentos de crianças não registradas, expedição de cédula de identidade etc. Nota-se durante os mutirões que ainda é grande o número de pessoas em situação econômico-educacional precária que pensam que o registro de nascimento é "caro", portanto simplesmente nem cogitam ir ao cartório registrar os filhos. No estágio atual da sociedade, o sub-registro é um fator ainda mais grave de exclusão social, pois sem um registro de nascimento um indivíduo simplesmente não existe oficialmente, vendo-se impossibilitado de gozar das prerrogativas mais básicas de cidadania.


Comunidades indígenas
Os índios não-integrados não estão obrigados a inscrever nascimentos, casamentos ou óbitos no registro civil. Se considerados necessários por especialistas (os antropólogos), os registros poderão ser lavrados num livro ad hoc fornecido e regulado pela FUNAI.

Fonte: WIKIPÉDIA

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O ISLAMISMO NO MUNDO



OS PAÍSES COM MAIORIA ISLÂMICA
Oriente Médio, Ásia, África e Europa

Oriente Médio


Arábia Saudita
95% de muçulmanos sunitas, 5% de muçulmanos xiitas

Berço do Islã, abriga as cidades sagradas de Meca e Medina e adota uma interpretação conservadora da lei islâmica. País natal de Osama bin Laden e de quinze dos 19 seqüestradores dos aviões de 11 de setembro de 2001. Em função de sua boa relação com os EUA, a família real sofre a oposição de vários grupos radicais, incluindo a rede Al Qaeda. Sabe-se, porém, que muitas figuras importantes ajudam a financiar os terroristas muçulmanos.


Irã
89% de muçulmanos xiitas, 10% de muçulmanos sunitas

O país se tornou uma República Islâmica depois da revolução de 1979. Desde então, os aiatolás são a autoridade política máxima, cujo poder se sobrepõe ao do presidente e do parlamento, eleitos em votação popular. Desde o fim da década de 90, o Irã vive uma luta entre os clérigos conservadores e os reformistas, que defendem a flexibilização do regime islâmico.


Iraque
60% de muçulmanos xiitas, 32% de muçulmanos sunitas

No regime de Saddam Hussein (um sunita), o estado era secular, e manifestações religiosas eram proibidas dentro da estrutura do governo. Com a queda do ditador, a maioria xiita pretende ter um papel mais influente no comando do país. A guerra teve um efeito contrário ao esperado pelos EUA: o fanatismo religioso e o terrorismo ligado à religião estão mais fortes que na época de Saddam.


Egito
94% de muçulmanos sunitas

O governo e o sistema judicial são seculares, mas as leis familiares são baseadas na religião e a atuação de grupos radicais ainda é grande. O Egito é o local de origem da primeira facção radical do Islã, a Irmandade Muçulmana, e deu origem também ao grupo Jihad Islâmica. Depois da execução do presidente Anuar Sadat pelos radicais, em 1981, o governo prendeu e matou milhares de pessoas na repressão ao extremismo religioso.


Territórios palestinos
90% de muçulmanos

A sociedade e a política palestinas têm fortes tradições seculares. A revolta contra Israel, no entanto, deu força a grupos religiosos radicais (Hamas, Jihad Islâmica, Brigadas de Mártires de Al Aqsa) e a influência do islamismo na política tornou-se dominante.


Líbano
41% de muçulmanos xiitas e 27% de muçulmanos sunitas

Com uma formação de governo que reflete a distribuição religiosa da população (primeiro-ministro é sempre sunita e o presidente do parlamento, xiita), é a terra do grupo radical Hezbolá. Para os EUA, o Hezbolá é uma organização terrorista; para o Líbano, um movimento legítimo de resistência contra os israelenses e uma organização política legalizada.


Jordânia
92% de muçulmanos sunitas

A família real está no poder desde a independência, em 1946 - e sua aceitação se baseia no fato de que os príncipes seriam descendentes diretos do profeta Maomé. A sociedade é conservadora e a interpretação do Islã é rigorosa - costumes de séculos atrás são mantidos graças à religião.


Outros países de maioria muçulmana: Iêmen, Omã, Emirados Árabes Unidos, Catar, Bahrein, Kuwait, Síria


Ásia


Indonésia
88% de muçulmanos

Apesar de abrigar a maior população muçulmana do planeta, o país tem uma constituição secular. Há dezenas de facções radicais que defendem a adoção da lei islâmica e a formação de um estado com governo religioso, mas os muçulmanos moderados são contra. É a terra do Jemaah Islamiah, grupo ligado à Al Qaeda culpado pelo atentado que matou 200 pessoas em Bali, em 2002.


Afeganistão
84% de muçulmanos sunitas, 15% de muçulmanos xiitas

País onde surgiu a mais radical forma de interpretação do islamismo, através da milícia Talibã, que governo o país do fim da década de 90 até depois do 11 de setembro de 2001. Serviu de campo de treinamento para terroristas islâmicos do mundo todo, até que a ação militar americana atacou essas instalações e colocou no poder um líder muçulmano moderado.


Paquistão
77% de muçulmanos sunitas, 20% de muçulmanos xiitas

Formado como um estado muçulmano resultante da partilha do subcontinente indiano, em 1947, trava uma tensa disputa com a vizinha Índia pela posse da Caxemira. Os extremistas islâmicos atacam os soldados indianos, que controlam o território, por julgar que a área é dos muçulmanos. Além disso o país sofre com conflitos entre sunitas e xiitas e entre muçulmanos radicais e cristãos.


Malásia
53% de muçulmanos

O governo diz ser tolerante com todas as religiões, mas o islamismo é a fé oficial do país. Não-muçulmanos dizem ser vítimas de discriminação das autoridades. Os radicais muçulmanos dizem que não é o bastante: querem oficializar a adoção da lei islâmica tradicional em toda a Malásia.


Outros países de maioria muçulmana: Brunei, Bangladesh

África


Nigéria
50% de muçulmanos

Tensões com os cristãos provocaram milhares de mortes no país. A adoção da lei islâmica em doze estados do norte provocou um êxodo entre os seguidores do cristianismo. O governo tem dificuldade para controlar os grupos radicais de ambos os lados.


Argélia
99% de muçulmanos

Em 1991, a vitória de um partido islâmico nas eleições gerais foi impedida por um golpe político. Desde então, governo e exército combatem os extremistas muçulmanos numa disputa que já provocou dezenas de milhares de mortes.


Sudão
70% de muçulmanos

Governado por um partido islâmico desde 1989, quando um golpe militar teve apoio dos extremistas, o país foi devastado por uma guerra de duas décadas entre rebeldes muçulmanos do norte e cristãos do sul. Osama bin Laden permaneceu no país por alguns anos antes de ir para o Afeganistão.


Somália
100% de muçulmanos

A religião da população é a mesma, mas conflitos entre tribos inimigas alimentaram uma guerra que se arrasta desde os anos 90. Há grupos radicais em atividade no país - e um deles é ligado à Al Qaeda. A maior empresa do país foi fechada pelos EUA por suas ligações com Osama bin Laden.


Outros países de maioria muçulmana: Senegal, Gâmbia, Guiné, Serra Leone, Costa do Marfim, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, Líbia, Tunísia, Eritréia, Djibouti, Ilhas Comoros


Europa


Turquia
99,8% de muçulmanos

Estado secular, a Turquia garante liberdade religiosa à população. Na prática, porém, os costumes e crenças do islamismo têm grande influência sobre o comando do país. O partido que conquistou o poder em 2002, por exemplo, tem raízes islâmicas, apesar de se descrever como "conservador".


Kosovo
92% de muçulmanos

Palco de uma violenta campanha de perseguição pelos sérvios, o território foi ocupado pela Otan e teve seu controle assumido pela ONU em 1999. Isso não impediu a morte de 10.000 pessoas e a fuga de cerca de 1,5 milhão para a Albânia ou para a região da fronteira.


Albânia
70% de muçulmanos

O governo comunista do país fechou todos os templos religiosos - incluindo igrejas e mesquitas - em 1967. A prática religiosa só voltou a ser permitida em 1991.


Chechênia
maioria de muçulmanos

Desde o fim da União Soviética, a república russa vem sendo palco de violentos confrontos entre o governo de Moscou e as forças separatistas formadas pelos radicais islâmicos. No período em que a Rússia retirou suas forças do território, o islamismo tornou-se religião oficial.


Usbequistão
88% de muçulmanos

Estado secular, viu o islamismo ganhar força nos anos 90. Junto com esse crescimento, surgiram os grupos radicais contrários ao governo. Depois de uma série de atentados, as forças do governo reprimiram os radicais. Os grupos, porém, continuam em atividade.


Outros países de maioria muçulmana: Azerbaijão, Turcomenistão, Quirgistão, Tadjiquistão, Cazaquistão

A presença do Islamismo em outros países

Estados Unidos

O palco do maior ato de terrorismo islâmico da História tem mais de 6 milhões de muçulmanos e em torno de 2.000 mesquitas. Entre os seguidores da religião nos EUA, 77,6% são imigrantes, e 22,4%, americanos natos. Apesar do 11 de setembro de 2001, o islamismo está crescendo: estima-se que, no ano de 2010, a população muçulmana supere a judaica - apenas o cristianismo terá mais seguidores.

Índia

Cerca de 12% dos indianos são muçulmanos, formando uma população total de 120 milhões de pessoas. A constituição do país garante a liberdade religiosa. Na prática, contudo, os muçulmanos da Índia são alvos freqüentes de atos de violência - e as facções radicais revidam as agressões. Na última onda de conflitos entre muçulmanos e os hindus radicais, cerca de 2.000 pessoas morreram.

China

O país mais populoso do mundo tem cerca de 20 milhões de muçulmanos, cerca de 1,5% da população. A religião está no país desde o século VII. É oficialmente reconhecida e tolerada no país, que tem mais de 30.000 mesquitas, e os chineses muçulmanos estão concentrados no extremo oeste do país. Há facções extremistas - uma delas listada como grupo terrorista pela ONU e pelos EUA.

Brasil

Um dos maiores países católicos do mundo tem uma comunidade islâmica relativamente grande - e seus números vêm crescendo. Há quarenta anos a comunidade árabe brasileira tinha uma única mesquita. Atualmente são mais de 50 templos, espalhados por todo o país e freqüentados por entre 1,5 e 2 milhões de fiéis. Não há atuação de grupos extremistas armados no território brasileiro.

Fonte: Veja on-line