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quarta-feira, 4 de março de 2009

6 DE MARÇO (1817) - DATA MAGNA DE PERNAMBUCO - MAIS UMA AGRESSÃO À GLORIOSA HISTÓRIA DE NOSSO ESTADO


Um protesto coerente!!! Leiam!

Exma. Sra. Deputada Estadual Dra. Teresinha Nunes, tenho a absoluta certeza de que a Sra. e todos aqueles que votaram unanimemente, e nisso incluo um ex-conceituado historiador que, nos últimos anos tem fantasiado a Historia de Pernambuco, tenham lido, estudado e analisado em detalhe o que foi a revolução de 1817, antes de darem seu voto.

Vejamos, em primeiro lugar, o que era o Brasil e Pernambuco nessa data:


D. João VI era, desde 1816, o Rei do Brasil, de Portugal e dos Algarves, da Guiné, etc, etc, e a cidade do Rio de Janeiro a capital do “IMPÉRIO”.

O Vice-Reino de Portugal e dos Algarves e todos os territórios ultramarinos eram colônias do Reino do Brasil e esta situação só acabou em 1821 quando, ainda a bordo da nau que tinha o seu nome e o levara de volta a Portugal, foi obrigado, antes de desembarcar, a assinar a carta constitucional que o fazia de novo Rei de Portugal e dos Algarves, etc, etc,.

Em 1817, o Reino do Brasil lutava na sua fronteira sul, que na época chegava ao Rio da Prata, contra os espanhóis que a haviam invadido. O grosso do Exercito brasileiro tinha sido para lá enviado para evitar que o Reino perdesse parte de seu território (mais tarde trocado com a Espanha por outros territórios na fronteira oeste e norte muito além da linha de Tordesilhas) e que é hoje a Republica do Paraguai.

As tropas pernambucanas, apesar de todos os recursos do Reino estarem a ser empenhados nos pagamentos de guerra, estavam com os salários atrasados, não por falta de dinheiro, mas por má administração do Governador Montenegro (foi ele quem mandou construir o ainda hoje existente Forte do Queijo, em Olinda) que tinha 600.000 contos de reis em caixa na Fazenda Publica e não pagava em dia aos funcionários.

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Esse dinheiro foi apreendido pelos revolucionários que o devolveram após a sua derrota.

A revolução de 1817 começou com uma rebelião no Batalhão dos Henriques que ficava no Bairro de Santo António. Quando o Comandante, General Barbosa de Castro, foi ao quartel e deu voz de prisão ao chefe da rebelião, capitão José de Barros Lima, conhecido pelo apelido de “Leão Coroado”, foi por ele assassinado.

O Brigadeiro Salazar, oficial às ordens do Governador, que foi ao quartel para ver o que se passava e quando começou a falar com os soldados foi também assassinado pelos revoltosos. A isso se chama intentona contra a integridade da Pátria e, como dizem quase todos os Códigos de Justiça Militar de paises em guerra, é “traição à Pátria” e, em corte marcial dá ainda hoje, condenação à morte. O Batalhão dos Henriques foi criado desde o inicio do Exercito Brasileiro para homenagear o negro, ex-escravo, que comandava o terço dos negros na 1ª. Batalha dos Guararapes e que, ferido com um tiro de arcabuz que lhe dilacerou a maior parte de uma mão, mandou um soldado cortar o resto e fazer um torniquete no braço para que ele pudesse lutar com a outra mão. Morreu heroicamente após a 2ª. Batalha dos Guararapes pelos muitos ferimentos que nela recebeu.

Mas não se preocupe Sra. Deputada ele não ser herói !!! Heróis foram aqueles que começaram a desertar no dia 8 de Março com o butim que tinham conseguido saqueando os comerciantes do Recife. Heróis, para a Sra., serão certamente aqueles que em Ipojuca fugiram frente às tropas do Reino e pasme, deixaram o Recife deserto. Ou será que para a Sra. será herói aquele comandante que, em São Lourenço da Mata, foi o primeiro a desertar?

Pelo que todo o mundo pode deduzir de sua triste proposta, aprovada por unanimidade, (que vergonha), heróis jamais serão aqueles que entre 1535 e 1630 fizeram da Capitania de Pernambuco uma das mais ricas do mundo de então com o seu petróleo branco, o açúcar. Heróis jamais serão aqueles que entre 1630 e 1654 adubaram com seu sangue este sagrado solo de Pernambuco, onde não nasci, mas sou, orgulhosamente, Pernambucano.

Herói Sra. Deputada jamais será o cangaceiro a que fizeram uma estatua em Serra Talhada. Vergonhoso é o Recife ser a única cidade do Mundo a autorizar que aqui tivesse sido colocada uma estátua de um mercenário invasor que, durante pouco mais de seis anos, saqueava, roubava, negociava escravos, trocava condenações à morte por caixas de açúcar e recebia 2% do valor do roubo.

V. Exa. Sra. Deputada alguma vez pensou homenagear uma mulher, como a sra., que foi a primeira mulher política de todo o continente americano e a primeira e até hoje a única Governadora de Pernambuco?

Para seu conhecimento, nem um beco de favela existe no Recife e Olinda com seu nome:- “DONA BRITES DE ALBUQUERQUE”.

V. Exa. Sra. Deputada alguma vez pensou em sua vida homenagear ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS, um brasileiro, FILIPE CAMARÃO, um índio, FERNANDES VIEIRA, um mestiço, LUIZ BARBALHO, DIAS CARDOSO, BARRETO DE MENEZES, FIGUEIROA, HENRIQUE DIAS, MATIAS DE ALBUQUERQUE MARANHÃO e centenas de outros que perderam a vida para que sua Pátria não fosse dividida?

Quem sabe se a Sra. Deputada não gostaria de ser aquela padeira que, nascida em Faro, no Algarve, casada com o barbeiro do Real Arraial de Bom Jesus que, quando do ataque das tropas mercenárias da Companhia das Índias Ocidentais aquele arraial foi matando todos os inimigos que entravam em sua casa?

Quem pode fazer uma proposta de lei também poderá fazer, para sua dignidade e prestigio, propor que seja modificada.


Notas do Editor:- Será que as autoridades homenageadas no passado dia 6 de Março não se sentirão constrangidas por terem recebido uma comenda comemorativa de uma revolução que pretendia dividir em “republicas de bananas” ,(principalmente pelo fraco desempenho econômico de sua produção no inicio do século XIX), o País que hoje governam?

Não mencionei o nome dos generais que abandonaram suas tropas e fugiram porque aqueles que hoje, orgulhosamente, o usam, merecem o meu maior respeito e consideração.


Fontes:-

“D. João VI no Brasil”, Oliveira Lima, 3ª. Edição, TOPBOOKS Editora e Distribuidora de Livros, Ltda, Rio de Janeiro, 1996.

“1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, Laurentino Gomes, Editor PLANETA do Brasil, Ltda., São Paulo, 2007.

Gravura:- do livro “VIDAL DE NEGREIROS, afirmação e grandeza de uma raça”, Luiz Pinto, Editora ALBA ltda., São Paulo, 1960.

Esse rico artigo foi colhido no CANTINHO DO BACALHAU - Boletim Mensal * Ano VI * Março de 2008 * Número 59



Direção – Presidente, MARIA CRISTINA DE MELO FREYRE,
Assembléia Geral – Presidente JOAQUIM FRANCISCO DE SOUSA,
Conselho Fiscal – Presidente - RAFAEL DUEIRE LINS,
Comissão de Fiscalização e Disciplina – Presidente, DIEGO GALVEZ SANCHEZ - Carrasco, IVO TINÔ AMARAL JUNIOR

http://br.geocities.com/cantinhobacalhau/index.htm
web master OCTÁVIO RIBEIRO, Portimão - Portugal

“Cantinho do Bacalhau” – Boletim Mensal da Academia do Bacalhau de Recife ,
Editor - DELMAR ROSADO, Caixa Postal 802, 54792-990 CDC ALDEIA – PE,
e-mail - tavirense2002@yahoo.com.br.

Nota da Profª Libna: Esse artigo do boletim do Cantinho do Bacalhau é de 2008... NADA mudou, e continuamos com a nossa "Data Magna"...

Um comentário:

Felipe Dantas disse...

Posso afirmar que a data magna foi um marco na historia do nosso estado, para o estrangeiro e colonizador portugues, que só se sentia pernambucano quando queria explorar nossas riquezas naturais esta data será realmente uma agressão. Uma agressão aos mandos e desmandos de uma corte portuguesa
que tinha um único objetivo, a exploração.

Historicamente podemos citar que nenhuma colonização portuguesa foi
benefica, vide o que aconteceu na África, e como os países colonizados se encontram hoje, diferentemente, das colonizações holandesa, inglesas e espanholas.

Em resumo, a corte de Portugal, e consequentemente a maioria dos portugueses, não aceitavam que a colonia havia superado em muita a corte portuguesa.

E a capitania de Pernambuco sempre foi e sempre será um povo lutador, somos o Leão do Norte.

Felipe Dantas.'.

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