quarta-feira, 25 de março de 2009

AS ILHAS MALDIVAS PODERÃO DESAPARECER!

Você já deve ter ouvido ou lido algo sobre isso... e é verdade! As 1.200 ilhas do arquipélago corre o risco de desaparecer!




COLOMBO, Sri Lanka - Mohamed Nasheed, que mudou a história das ilhas Maldivas no último dia 28 ao ser o primeiro presidente eleito democraticamente em uma eleição multipartidária, está procurando maneiras de proteger suas ilhas do aquecimento global. Nasheed, ex-prisioneiro político, agora governa a nação mais achatada da Terra - com a altura média de 2,3 metros acima do nível do mar - e considerada uma das mais expostas aos perigos do aquecimento global devido ao aumento gradual do nível do mar. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas alertou para o significativo aumento do nível do mar até o fim do século. Especialistas dizem que muitas das ilhas das Maldivas poderão desaparecer se os mares continuarem a subir.





Paraíso para turistas, as Maldivas correm em o risco de desaparecer / AFP Getty Images




Ibrahim Zacky, líder do Partido Democrático das Maldivas, disse que Nasheed propôs criar um fundo para que as pessoas possam ser realocadas caso a nação de 350 mil pessoas afunde. A solução proposta seria comprar um novo território para seu povo com o dinheiro arrecadado com turistas que visitam as ilhas. Zacky se recusou a dar mais detalhes do plano.

Transição política



Nasheed, novo presidente
das Maldivas



"Nenhum outro país do mundo fez a transição para o regime democrático de maneira pacífica. Eu parabenizo os cidadãos das Maldivas" disse Nasheed em cerimônia após a vitória.

Gayoom, que ficou 30 anos no poder, não participou da cerimônia. Gayoom protagonizou a transformação das Maldivas em um dos resorts mais luxuosos da Ásia, mas seus críticos o acusaram de gerenciar o país como um ditador. Ele venceu seis eleições em que era o único candidato nas cédulas de votação e recebeu somente 46% dos votos nas eleições da última semana.

Em um discurso transmitido por uma rede de TV, Gayoom pediu desculpas pelas injustiças que foram cometidas sob o seu governo. "A todos os que tiveram que enfrentar qualquer tipo de tratamento injusto, dificuldade ou injustiça, eu sinceramente peço perdão", disse.

O novo presidente das ilhas, Mohamed Nasheed, é um ativista que foi preso pelo governo anterior. Ele prometeu pressionar por transformações democráticas profundas depois de lutar por mudança durante anos enquanto estava exilado na Grã-Bretanha e no Sri Lanka.

Fonte: Último Segundo





Algumas imagens para vocês conhecerem um pouco das belezas das Ilhas Maldivas - Obs.: Respire fundo!!! Certamente, daqui a algum tempo essa será a lembrança que teremos delas...






quinta-feira, 19 de março de 2009

JOGADORES REFUGIADOS SÃO DESTAQUES EM TIME DE BRASÍLIA

Seja da forma que for, se é possível ajudar a diminuir algum sofrimento, por que não fazê-lo?!
Vejam essa notícia:


No Brazsat Futebol Clube, o destaque do time não é um atacante que marca vários gols, ou um goleiro especialista em defender pênaltis. Lá, quem merece atenção especial são os refugiados Fernándo Herrera, Solomon Kallon e Alí Khaled, que buscam algo muito mais valioso do que um gol ou uma bela defesa em uma partida de futebol.


O primeiro, Herrera, tem 15 anos e deixou a Colômbia com a família para escapar de um conflito interno em 2002, na região de Armenia. Para ter uma vida melhor, o jogador viu no futebol uma porta para que ele e seus parentes pudessem ter paz.

Ao lado dele, Kallon, de Serra Leoa, e Khaled, da Palestina, também têm motivos de sobra para enxergar no futebol uma possibilidade de ter uma vida mais justa. Para isso, ambos aceitaram o desafio de buscar o sucesso no Brazsat, da segunda divisão brasiliense.

O clube, que nasceu com o nome de Recanto EC, agremiação fundada em 2005 no Recanto das Emas, no entorno de Brasília, foi adquirido em 2007 pelo empresário João Gilberto Vaz e hoje possui um convênio com o español Javier López-Cifuentes, representante no Brasil do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).


Fonte: Redação Terra


quarta-feira, 18 de março de 2009

ARQUITETURA INCRÍVEL!!!

Vejam só essas construções!!! Surpreendentes, não é?!
No final do post, o endereço para vocês verem muito mais...






Se gostaram, não deixem de visitar: http://unusual-architecture.com/

Vocês vão se surpreender!!! Tem até construções aqui do Brasil!

Vale a pena conferir!

OPERAÇÃO VALQUÍRIA




Por Eduardo Cesar Maia
Revista Continente - Ano IX-Nº99-Março/2009


Enquanto grande parte da população alemã delirava com a demagogia nacionalista de Hitler - e é sempre bom Führer assumiu o poder por vias democráticas -, um grupo de oficiais de diversas patentes, motivados por um senso de honra e dever ético, faziam planos para deter a barbárie nazista, num complô (corajoso, porém fracassado) que foi batizado de Operação Valquíria. O relato é de Philipp Freiherr Von Boeselager, último sobrevivente desse grupo de conspiradores, falecido em maio de 2008.

O autor nos convence, linha após linha, de que nem todos os alemães sabiam desde o começo - mesmo alguns militares - das políticas de extermínio contra judeus, ciganos, poloneses e homossexuais. Só com o desenrolar da guerra é que Philipp passa a constatar que a brutalidade e a selvageria que ele apontava no mundo não germânico, principalmente no soviético, estavam presentes dentro das fronteiras de seu país.

Esse tom confessional de alguém que considerava fazer parte de um mundo altamente civilizado e se descobre em meio à pura bestialidade é o ponto forte do livro. No cinema, a saga desses conspiradores é narrada no filme homônimo, protagonizado por Tom Cruise.
Os livros:



Eduardo Maia
Revista Continente - Ano IX - Nº99 - Março/2009



REVOLUÇÃO CUBANA - 50 ANOS

Cuba, este ano, está comemorando os 50 anos da sua Revolução. Em 1º de janeiro de 1959, Fidel Castro, Che Guevara e Camilo Cienfuegos, os principais líderes rebeldes, chegaram ao poder.

Fidel Castro

Ernesto Che Guevara

Camilo Cienfuegos

Desde 1898, quando Cuba tornou-se independente da Espanha, até 1959, quando era governada pelo ditador Fugêncio Bartista, os governos cubanos sempre contaram com o apoio dos Estados Unidos. A economia cubana, baseada na agroindústria canavieira, era totalmente dependente das importações e dos capitais norte-americamos.

Após Durante dois anos de luta contra a ditadura de Batista, os "barbudos", como os rebeldes eram chamados, foram ganhando apoio popular, principalmente dos camponeses mais pobres.

Entre 1956 e 1959, esse movimento guerrilheiro, liderado por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, derrubou o governo, assumindo assim o poder em Cuba. Assim que assumiu o poder, Fidel Castro tomou algumas medidas, tais como: confisco e estatização de propriedades norte-americanas; reforma-agrária; redução de 50% nos aluguéis residenciais, nas tarifas telefônicas e de eletricidade e no preço dos medicamentos; combate à corrupção e ao jogo.

A Revolução Cubana eliminou o analfabetismo, reduziu a mortalidade infantil e o desemprego no país. A partir da Revolução, o acesso à moradia e à saúde pública foi facilitado. Outros movimentos de contestação na América Latina, teve essa revolução como exemplo.

Em 1962, os Estados Unidos decretaram o bloqueio econômico e político a Cuba (esse bloqueio continua até hoje!). Na mesma ocasião, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Ernesto Che Guevara e Fidel Castro

No mesmo ano, o governos de Cuba e União Soviética decidiram instalar, na ilha, bases de mísseis nucleares voltados para alvos norte-americanos. Claro que os estados Unidos não iam ficar em posição passiva: como resposta, os norte-americanos realizaram um bloqueio naval a Cuba e exigiram a retirada imediata dos mísseis. Os soviéticos desativaram as bases, com a condição de os norte-americanos não intervirem em Cuba.

A Revolução Cubana significou uma ameaça à hegemonia dos Estados Unidos na América Latina. No auge da Guerra Fria, Cuba era um páis socialista na área de influência dos Estados Unidos, o líder do bloco capitalista.

Após a Revolução Cubana, a presença militar dos Estados Unidos se intensificou ma região, para evitar que as diferenças sociais, tão presentes naquela parte da América, se tornassem o combustível de revoltas populares inspiradas no sucesso da Revolução Cubana.

Clique na imagem acima para ver o gráfico sobre a Revolução Cubana

sexta-feira, 13 de março de 2009

RECIFE E OLINDA. CIDADES-IRMÃS COMEMORAM ANIVERSÁRIO

Esse artigo foi colhido no site da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, e faz alusão ao aniversário de duas cidades GIGANTES em beleza e história! Realmente são motivo de muito orgulho para os brasileiros, principalmente para os pernambucanos. Leia e confira o porquê!

Photobucket

Publicado no Diário Oficial do Estado (D.O.E.) em 13/03/2009.

Os municípios de Olinda e do Recife amanheceram, ontem, em festa pela comemoração dos 474 anos e 472 anos de fundação, respectivamente. As cidades-irmãs que tanto encantam turistas com paisagens, cultura e sabores diversificados são motivo de orgulho para todos os pernambucanos. Essa é a opinião dos deputados Jacilda Urquisa (PMDB), Isaltino Nascimento (PT), Amaury Pinto (PR) e do 2º vice-presidente da Mesa Diretora, Antônio Moraes (PSDB). Todos saudaram os olindenses e recifenses pela data.

A importância de ambos os municípios para a história nacional foi ressaltada. Olinda, por exemplo, teve o primeiro curso jurídico e a primeira Câmara de Vereadores do Brasil, sendo considerada Patrimônio Histórico e Natural da Humanidade pela Unesco. Recife abrigou a primeira sinagoga das Américas (Kahal Zur Israel), inaugurada em 1642.

Entre elogios e declaração de amor à Marim dos Caetés, Jacilda lamentou a situação em que se encontra o município e disse que “os gestores mais recentes não têm tratado a cidade como deveria”. “Olinda é uma pérola de marca famosa que precisa ser polida. Faltam criatividade e visão estratégica para tornar o sítio histórico um imenso pólo de negócios culturais”, comentou.

Líder da Oposição, Isaltino Nascimento rebateu a peemedebista no que diz respeito à administração de Olinda. “Nos últimos anos, o município conseguiu avanços significativos, entretanto, padece de problemas históricos devido à área física. Não há condições para abrigar empresas e gerar emprego”, explicou, elogiando as gestões de Luciana Santos e de Renildo Calheiros, ambos do PCdoB. Quanto ao Recife, o petista registrou a contribuição histórica para a democracia brasileira, a exemplo da Revolução Pernambucana de 1817.

“Os recifenses são guerreiros”, afirmou Amaury Pinto, parabenizando Jacilda Urquisa, que foi prefeita de Olinda por dois mandatos, a ex-prefeita Luciana Santos (PCdoB) e Renildo Calheiros. “Assim como Luciana, Renildo é muito próximo ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e saberá angariar recursos para investimentos públicos”, avaliou o republicano.

Moraes falou em nome do Parlamento. “Olinda é berço histórico da democracia brasileira”, reforçou, elogiando a vocação do Recife para a prestação de serviços e o comércio, “setores que empregam grande parte da população”.

quinta-feira, 12 de março de 2009

ANIVERSÁRIO DE OLINDA E RECIFE - CERTIDÃO DE NASCIMENTO


Foral é certidão de nascimento de Recife e Olinda

Documento escrito por Duarte Coelho, primeiro donatário da região, especificava doações de terras e finalidades; na época, Recife era um porto de Olinda

Quem nasce, deve ganhar logo uma certidão de nascimento. Foi assim com a cidade de Olinda, que nesta quinta-feira (12) comemora 474 anos de fundação. A certidão de nascimento da cidade é um documento chamado foral. Ele também serviu para definir a data de aniversário do Recife, que no mesmo dia faz 472 anos.

O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano guarda heranças importantes do Estado. Entre móveis, objetos e documentos que lembram o passado está uma preciosidade: o foral.

A data 12 de março de 1537 serviu de base para definir o dia do aniversário da cidade que é uma das mais antigas do país. A pesquisadora Valéria Maria Agra é arquiteta e há 20 anos estuda o documento. Ela mapeou as sete cópias do foral, que estão guardados em arquivos no Brasil e em Portugal.

Ela explica que o documento mais antigo de Olinda tinha uma função. “Essa carta era a nomeação feita pelo primeiro donatário de Olinda, Duarte Coelho”, diz. “Era uma espécie de plano de doação da área, que dizia a destinação dos terrenos – se eram para residência ou comércio, por exemplo”.

Graças a este documento amarelado pelo tempo Olinda e Recife comemoram nesta quinta-feira os seus aniversários. “O foral faz menção no texto ao Recife e por isso foi adotado também como data para a cidade, que na época era um porto de Olinda”, conclui.

Fonte: pe360graus.com

domingo, 8 de março de 2009

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - Uma homenagem a nós...


MULHERES

Mulheres fracas, fortes
Não importa.
Mulheres mostram que mesmo através da fragilidade
São fortes o bastante para erguerem sempre a cabeça
Sem desistir, pois sabemos que somos capazes de vencer.

Temos a delicadeza das flores,
a força de ser mãe,
o carinho de ser esposa,
a reciprocidade de ser amiga,
a paixão de ser amante,
e o amor por ser mulher!

Somos fêmeas guerreiras, vencedoras.
Somos sempre o tema de um poema.
Distribuímos paixão, meiguice, força, carinho, amor.


Somos um pouco de tudo:
Calmas, agitadas, lentas!
Vaidosas, charmosas, turbulentas.

Mulheres fortes e lutadoras
Mulheres conquistadoras
Que amam e querem ser amadas
Elegantes e repletas de inteligência.

Com paciência
O mundo soubemos conquistar.

Mulheres duras, fracas
Mulheres de todas raças
Mulheres guerreiras
Mulheres sem fronteiras
Mulheres... mulheres...



quinta-feira, 5 de março de 2009

REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 - A LUTA E O FIM DO MOVIMENTO

Procurando apoio ao seu movimento, os líderes revolucionários contataram, sem sucesso, os Estados Unidos, a Argentina e a Inglaterra. Junto a esta última tentaram obter, em vão, a adesão do jornalista Hipólito José da Costa, lá radicado. Quando a notícia sobre a revolução chegou ao Rio de Janeiro, D. João promoveu uma violenta repressão, buscando evitar, de qualquer modo, a ameaça à união do Império. Os revoltosos entraram pelo sertão nordestino, mas, logo em seguida, as tropas enviadas por D. João, acrescidas das forças organizadas pelos comerciantes portugueses e proprietários rurais, ocuparam Recife em maio de 1817. Os Governos da Bahia e do Ceará também reagiram à revolução, prendendo os revoltosos que para lá se dirigiram, buscando adesão ao movimento.

A luta durou mais de dois meses, até as forças governistas conseguirem derrotar os revoltosos. A repressão foi extremamente violenta. Muitos dos líderes receberam a pena de morte, como Domingos José Martins, José Luis de Mendonça, Domingos Teotônio Jorge e os padres Miguelinho e Pedro de Sousa Tenório. Para o Governo português a punição deveria ser exemplar, para desestimular movimentos similares. Depois de mortos, os réus tiveram suas mãos cortadas e as cabeças decepadas. Os restos dos cadáveres foram arrastados por cavalos até o cemitério.


Em 1818, por ocasião da aclamação do rei D. João VI, foram ordenados o encerramento da devassa, a suspensão de novas prisões e a libertação dos prisioneiros sem culpa formada. Continuaram, entretanto, presos na Bahia os implicados que já se encontravam sob processo, e assim permaneceram até 1821, quando foram postos em liberdade. Entre eles estavam o ex-ouvidor de Olinda, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, os padres Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo o Frei Caneca e Francisco Muniz Tavares.

FONTE: http://www.multirio.rj.gov.br - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 - O MOVIMENTO

O governador da Província, temendo o agravamento da situação, mandou prender pessoas suspeitas de envolvimento com as lojas maçônicas, tentando, assim, controlar a situação. Entretanto, não foi bem sucedido, pois ocasionou a deflagração do movimento, no início de março de 1817. Os líderes da revolta prenderam o governador e instauraram um Governo Provisório, baseado em uma Lei Orgânica que proclamou a República, estabeleceu a igualdade de direitos, a tolerância religiosa, a liberdade de imprensa e de consciência, sem, no entanto, abordar a questão da escravidão. Lei Orgânica determinava, ainda: que se os estrangeiros estabelecidos na região dessem provas de adesão seriam considerados "patriotas"; a abolição dos tributos que oneravam os gêneros de primeira necessidade; e que o Governo Provisório duraria até a elaboração da Constituição do Estado por uma Assembléia Constituinte, a ser convocada dentro de um ano.

O movimento, denominado Revolução Pernambucana, abrangeu amplas camadas da população, como: militares, proprietários rurais, juizes, artesãos, comerciantes e um grande número de sacerdotes, a ponto de ficar também conhecido como a "revolução dos padres." A participação dos padres deve-se, especialmente, ao fato de serem, também, grandes proprietários rurais e, portanto, quererem proteger seus interesses. As camadas mais humildes também aderiram, por sentirem-se atingidas pelas medidas do Governo português, que ocasionaram o encarecimento dos gêneros alimentícios.



Os comerciantes portugueses de Recife, por sua vez, tentaram impedir o movimento, interessados na preservação do sistema colonial e de seus privilégios, oferecendo 500 mil francos aos membros do novo Governo para que desistissem da revolução.

O Governo Provisório, formado pela elite colonial, era composto pelo comerciante Domingos José Martins, o advogado José Luís de Mendonça, o capitão Domingos Teotônio Jorge, o padre João Ribeiro e o fazendeiro Manuel Correia de Araújo e pretendia ser o representante de todos os grupos. Mas essa abrangência não incluía os escravos, apesar de os líderes da revolução falarem o tempo todo sobre Liberdade. Para eles, Liberdade significava o fim do domínio português e a independência, senão da Colônia, pelo menos do Nordeste, isso porque o movimento se estendeu a outras províncias da região, atingindo Alagoas, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Não pretendiam acabar com a escravidão, mas como essa idéia passou a ser ventilada e os proprietários rurais ameaçaram tirar seu apoio ao movimento, o Governo Provisório lançou um manifesto negando tal intenção, onde se lia:


"Patriotas Pernambucanos! A suspeita tem se insinuado nos proprietários rurais: eles crêem que a benéfica tendência da presente liberal revolução tem por fim a emancipação indistinta dos homens de cor e escravos. (...) Patriotas, vossas propriedades, ainda as mais opugnantes ao ideal de justiça, serão sagradas; o Governo porá meios de diminuir o mal, não o fará cessar pela força. Crede na palavra do Governo, ela é inviolável, ela é santa."


Buscando romper com o passado de exploração e opressão, os patriotas pernambucanos quiseram, também, fazer uma revolução nos modos e maneiras de se relacionarem com as pessoas, pretendendo nelas incutir o sentimento de igualdade, ainda que restrito aos homens brancos. O comerciante francês Tollenare, que entre 1816 e 1818 esteve em Pernambuco, fez as seguintes observações a respeito dessa questão em seu livro " Notas Dominicais":


"(...) Em lugar de "Vossa mercê", diz-se "Vós", simplesmente; em lugar de Senhor é-se interpelado pela palavra Patriota, o que equivale a cidadão e ao tratamento de tu (...) As cruzes de Cristo e outras condecorações reais abandonam as botoeiras; fez-se desaparecer as armas e os retratos do rei."


Esses novos modos vão ser absorvidos, também, pelas camadas mais humildes da população, o que vai causar indignação entre os mais ricos, como mostra o historiador Ilmar Rohloff de Mattos: "Um português que vivia na cidade, Cardoso Machado, comentava indignado: "(...) até os barbeiros não me quiseram mais fazer a barba, respondiam que estavam ocupados no serviço da pátria, via-me obrigado a fazer a mim mesmo a barba (...)". Havia, também, entre essa elite, o medo de uma possível repetição da revolução de escravos ocorrida no Haiti, por conta da repercussão entre a população mais pobre das idéias liberais da revolução, como se pode perceber em outra fala atribuída a Cardoso Machado: " (...) Cabras, mulatos e crioulos andavam tão atrevidos que diziam éramos iguais e que haviam de casar, senão com brancas das melhores. Domingos José Martins andava de braço dado com eles, armados de bacamartes, pistolas e espada nua (...)"

FONTE: http://www.multirio.rj.gov.br - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

A permanência da família real no Brasil, de interesse dos proprietários de escravos e de terras, comerciantes e burocratas da região centro - sul, não satisfez aos habitantes das demais regiões do país, fossem eles proprietários rurais, governadores ou funcionários. O primeiro grupo tinha consciência de que os favores e privilégios concedidos pelo monarca português eram os responsáveis pelo seu enriquecimento; o segundo vivia, desde a instalação da Corte no Rio de Janeiro, uma situação paradoxal: afastado do poder, tinha, ao mesmo tempo, o ônus de sustentá-lo.

Outro grupo extremamente descontente com a política de favorecimento de D. João era composto pelos militares de origem brasileira. Para guarnecer as cidades e, também, ajudá-lo em suas ações contra Caiena e a região do Prata, D. João trouxe tropas de Portugal e com elas organizou as forças militares, reservando os melhores postos para a nobreza portuguesa. Com isso, o peso dos impostos aumentou ainda mais, pois agora a Colônia tinha que manter as despesas da Corte e os gastos das campanhas militares.


Como analisa a historiadora Maria Odila Silva Dias "a fim de custear as despesas de instalação de obras públicas e do funcionalismo, aumentaram os impostos sobre a exportação do açúcar, tabaco e couros, criando-se ainda uma série de outras tributações que afetavam diretamente as capitanias do Norte, que a Corte não hesitava em sobrecarregar com a violência dos recrutamentos e com as contribuições para cobrir as despesas da guerra no reino, na Guiana e no Prata. Para governadores e funcionários das várias capitanias parecia a mesma coisa dirigirem-se para Lisboa ou para o Rio."




Esse sentimento de insatisfação era particularmente forte na região nordestina, a mais antiga área de colonização do Brasil, afetada pela crise da produção açucareira e algodoeira e pela seca de 1816. Aí, o desejo de independência definitiva de Portugal era profundo. Em Recife, capital da província de Pernambuco e um dos principais portos da região, o descontentamento era enorme. O sentimento generalizado era de que os "portugueses da nova Lisboa" exploravam e oprimiam os "patriotas pernambucanos". Esses homens, descendentes da "nobreza da terra" do período colonial, formada pela elite canavieira de Olinda, que tinha participado da Guerra dos Mascates, consideravam justificado o crescente anti-lusitanismo na Província.



Francisco Muniz Tavares, uma destacada figura da sociedade pernambucana, assim se referia a D. João: "(...) Porquanto, que culpa tiveram estes (habitantes de Pernambuco) de que o Príncipe de Portugal sacudido de sua capital pelos ventos impetuosos de uma invasão inimiga, saindo faminto de entre os seus lusitanos, viesse achar abrigo no franco e generoso continente do Brasil, e matar a fome e a sede na altura de Pernambuco?"

As idéias liberais que entravam no Brasil junto com os viajantes estrangeiros e, também, por meio de livros e de outras publicações que chegavam, incentivavam o sentimento de revolta entre os pernambucanos. Também já haviam chegado, desde o fim do século XVIII, as sociedades secretas, como as lojas maçônicas. Em Pernambuco existiam muitas delas, como Patriotismo, Restauração, e Pernambuco do Oriente, que serviam como locais de discussão e difusão das "infames idéias francesas."


À medida que o calor das discussões e da revolta contra a opressão portuguesa aumentava, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos pernambucanos, ao ponto de passarem a usar nas missas a aguardente no lugar do vinho e a hóstia feita de trigo, como forma de marcar sua identidade. Pelas ruas de Recife se ouvia, aqui e ali, o seguinte verso:



"Quando a voz da pátria chama
tudo deve obedecer;
Por ela a morte é suave
Por ela cumpre morrer "

FONTE: http://www.multirio.rj.gov.br - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO