Por Eduardo Cesar Maia
Revista Continente - Ano IX-Nº99-Março/2009
Enquanto grande parte da população alemã delirava com a demagogia nacionalista de Hitler - e é sempre bom Führer assumiu o poder por vias democráticas -, um grupo de oficiais de diversas patentes, motivados por um senso de honra e dever ético, faziam planos para deter a barbárie nazista, num complô (corajoso, porém fracassado) que foi batizado de Operação Valquíria. O relato é de Philipp Freiherr Von Boeselager, último sobrevivente desse grupo de conspiradores, falecido em maio de 2008.
O autor nos convence, linha após linha, de que nem todos os alemães sabiam desde o começo - mesmo alguns militares - das políticas de extermínio contra judeus, ciganos, poloneses e homossexuais. Só com o desenrolar da guerra é que Philipp passa a constatar que a brutalidade e a selvageria que ele apontava no mundo não germânico, principalmente no soviético, estavam presentes dentro das fronteiras de seu país.
Esse tom confessional de alguém que considerava fazer parte de um mundo altamente civilizado e se descobre em meio à pura bestialidade é o ponto forte do livro. No cinema, a saga desses conspiradores é narrada no filme homônimo, protagonizado por Tom Cruise.
Os livros:
Eduardo Maia
Revista Continente - Ano IX - Nº99 - Março/2009
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