O Wall Street Journal preferiu uma chamada mais simples: "Presidente Barack Obama". E completa a chamada com "Um dia histórico com o novo líder pedindo união em meio à tormenta da guerra e da recessão". O Los Angeles Times destaca a posse com a chamada "Obama pede esperança para enfrentar realidade fria".
O Chicago Sun Times, do domicílio político de Obama, em edição extra, estampou o juramento com a chamada "Nosso presidente". O Chicago Tribune, outro importante diário da cidade, traz a manchete "Presidente Obama faz juramento e pede nova era de responsabilidade".
Em seus editoriais e artigos de análise publicados nesta quarta-feira, os jornais americanos destacaram o discurso de posse de Obama que, segundo eles, mostrou uma clara ruptura com as políticas que marcaram a presidência do republicano George W. Bush.
"Em seu discurso de posse, o presidente Obama deu a multidão que acompanhou a cerimônia a claridade e o respeito pelos quais todos os americanos ansiavam. Em cerca de 20 minutos, ele varreu para fora oito anos das falsas escolhas e falsas políticas do presidente George W. Bush e prometeu voltar a se submeter aos ideais mais prezados pelos americanos", afirma um editorial do diário The New York Times.
Para o editorial, o discurso "não foi programático", mas "não deixou dúvidas de como Obama vê os problemas da nação e como ele pretende consertá-los e, diferentemente de Bush, os sacrifícios necessários que ele pedirá a todos os americanos".
O jornal The Washington Post, por sua vez, observa que "somente ao levantar sua mão e fazer o juramento de posse, Obama já estava fazendo história", mas diz que, em seu discurso, ele também sinalizou que sua presidência provavelmente trará mudanças ainda mais generalizadas a uma nação confrontada por problemas de significado histórico".
"Mais claramente, as atividades (do dia da posse) confirmaram que a presidência de Obama marcará uma ruptura aguda com a de George W. Bush. O novo presidente não hesitou em marcar suas diferenças", diz o Washington Post.
O Francês Le Figaro também escolheu uma imagem do juramento de Obama para estampar toda a sua primeira página com a manchete "Reconstruindo a América".
O britânico The Guardian comenta o discurso de posse do presidente americano afirmando que "Obama deixou claro, em seu amplamente aguardado discurso, que aquele momento em Washington marcava a morte e o enterro não só da presidência de George W. Bush, mas também da postura neoconservadora na política externa, da postura de 'mãos fora do mercado' na economia e do que Obama chamou de 'era de pequenos sofrimentos e falsas promessas, de recriminações e de dogmas batidos' na vida pública que marcaram os últimos oito anos".
"O trabalho de fazer coisas diferentes começa agora. Hoje, como ontem, todo o mundo estará observando com esperança", conclui o editorial do Guardian. Já o Times, também sobre o discurso de posse, diz que "para uma audiência global, Obama sinalizou, talvez mais claramente do que o esperado, o caminho diferente que ele pretende adotar em relação ao seu antecessor. Em comentários que pressagiam importantes anúncios políticos nos próximos dias, o presidente Obama indicou que a maneira com que ele vai prosseguir com a guerra contra o terrorismo mudará significativamente em relação à postura de George W. Bush", afirma o texto do jornal.
O diário econômico britânico Financial Times, por sua vez, classificou o discurso de Obama como "uma altiva afirmação da democracia" e disse que o novo presidente cumpriu as expectativas com sua fala, num desempenho de "líder nato".
"Obama começa com a maior boa vontade de seu país e de todo o mundo civilizado. Ele novamente deixou claro que quer cooperação com outras nações. Ele entende a dimensão internacional de muitos dos problemas que ele precisa agora enfrentar. Em muitas maneiras, sua posse é um novo começo não só para os Estados Unidos, mas para o mundo. Os amigos dos Estados Unidos também precisam aproveitar o momento", afirma o editorial do FT.
Na França, o diário Le Figaro observa que Obama enfrentará agora "uma tarefa árdua para prevenir o declínio econômico dos Estados Unidos e o colapso da economia global".
Para outro diário francês, Le Monde, a cerimônia da posse mostrou que "os americanos não estavam enganados". "Na terça-feira, dia 20 de janeiro, eles viviam um momento da história. Um desses momentos que transforma a vida de um país, que não apaga o passado, mas prepara para um outro futuro", diz o jornal.
O espanhol El País afirma que Obama apelou à esperança em seu discurso e que "colocou sua gigantesca dimensão política e moral ao serviço da superação da crise da qual o mundo padece".
A imprensa estatal chinesa, por sua vez, expressou preocupação sobre o futuro das relações entre a China e os Estados Unidos durante o governo iniciado na terça-feira. "Dada a vontade popular dos americanos por uma mudança em relação aos anos de Bush, muitos se perguntam, ou se preocupam, para sermos mais precisos, se o novo presidente vai ignorar o árduo progresso nas relações bilaterais", afirma um editorial do diário China Daily.
Fonte: Redação Terra
Jornais alemães estamparam a posse de Obama na capa de suas edições desta quarta-feira
Em um metrô de Seul, um homem lê o jornal que também destaca Obama