segunda-feira, 21 de abril de 2014

Luciano do Valle... Faltava apenas 52 dias para a Copa!



Neste último sábado, 19, morreu Luciano do Valle depois de passar mal e ser internado em um hospital em Uberlândia -MG, onde ia para  cobrir o jogo entre Atlético-MG e Corinthians, que aconteceu no domingo (20) no Estádio Parque do Sabiá, pela 1ª rodada do Campeonato Brasileiro (Brasileirão).
Havia saído de São Paulo (SP) e  ainda no aeroporto, já em Minas, foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros.
De acordo com os assessores da Infraero, Luciano estava no voo da TAM (3244) - Congonhas - Uberlândia e passou mal. Um médico cardiologista de Uberlândia, que estava no voo, auxiliou nos primeiros socorros.
A assessoria de imprensa do Hospital Santa Genoveva informou que o narrador deu entrada às 15h10 com parada respiratória e foi direto para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O óbito foi confirmado às 16h15 .
A morte de Luciano do Valle foi lamentada por esportistas e jornalistas do país.
Breve Histórico(Fonte: http://pt.wikipedia.org/)
Luciano do Valle Queirós (Campinas4 de julho de 1947 — Uberlândia19 de abril de 2014) foi um locutor esportivo,apresentador de televisão e empresário brasileiro. Narrou várias Copas do Mundo e trabalhou em várias emissoras de televisão, como Rede GloboRede Record e Rede Bandeirantes. Além de narrador, teve grande importância na promoção de diferentes modalidades de esporte, como vôleibasqueteboxefutebol americano e automobilismo, principalmente durante as décadas de 1980 e 1990 . 
Seu neto, Paulo do Valle, que herdou do avô a paixão pelo jornalismo, sonhava fazer uma transmissão junto com ele. Em um relato frustrado e emocionante em seu blog pessoal, Paulo abre o coração e compartilha com os leitores como foi o momento que recebeu a notícia e seu sentimento com a perda do seu avô. Leia na integra clicando aqui.
A HISTÓRIA DA NARRAÇÃO ESPORTIVA E O PRÓPRIO ESPORTE, PERDEM UM DOS SEUS MELHORES E INESQUECÍVEIS REPRESENTANTES.

Gabriel García Márquez, o corpo e a alma do realismo mágico (6 de março de 1927 - 17 abril de 2014)

Nascido em 6 de março de 1927 no povoado de Aracataca, na zona do Caribe da Colômbia, García Márquez deixou uma extensa lista de contos e romances

                            

O escritor colombiano Gabriel García Márquez, foi o mais conhecido e lido autor do realismo mágico latino-americano, a corrente que no século XX sacudiu a literatura em espanhol.

Nascido em 6 de março de 1927 no povoado de Aracataca, na zona do Caribe da Colômbia, García Márquez deixou uma extensa lista de contos e romances, tendo como obra-prima "Cem anos de solidão" (1967).
Ambientado na mítica aldeia de Macondo, "Cem anos de solidão" foi escrito em dias extenuantes na Cidade do México, onde sua família acumulava dívidas. Para enviar o original datilografado à Argentina, o escritor precisou penhorar até mesmo seu aquecedor elétrico, revelou seu biógrafo Gerald Martin.
Mas a recompensa chegou em 1972, quando recebeu pela obra o Prêmio Latino-Americano de Romance Rómulo Gallegos. Em 1982, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura e é lembrado por ter ido à cerimônia em Estocolmo vestido de liqui-liqui, o tradicional traje caribenho.
Na época, em um discurso de intenso conteúdo político, definiu suas narrativas como "uma realidade que não é a do papel, mas que vive conosco e determina cada instante de nossas incontáveis mortes todos os dias, e que nutre uma fonte de criatividade insaciável, cheia de tristeza e beleza, da qual este errante e nostálgico colombiano não passa de mais um, escolhido pelo acaso".
Informal, amistoso e brincalhão, Gabo, como é carinhosamente chamado por seus amigos e leitores, foi criado com seus avós maternos Nicolás Márquez, um veterano da Guerra dos Mil Dias, e Tranquilina Iguarán, que o encheu de histórias fantásticas.
Embora sua vida tenha sido marcada pela literatura e pelo jornalismo - entre suas frases mais famosas figuram "escrevo para que meus amigos me amem ainda mais" e "o jornalismo é a melhor profissão do mundo" -, García Márquez esteve sempre próximo da política.
Amigo de Fidel Castro, de Omar Torrijos e de Bill Clinton, defendeu a revolução cubana e a sandinista, defendeu os exilados das ditaduras do Cone Sul e foi membro do Tribunal Bertrand Russell contra crimes de guerra.
García Márquez esteve em Cuba como jornalista pela primeira vez em janeiro de 1959, às vésperas da revolução, e foi correspondente da agência cubana Prensa Latina em Bogotá, nesse mesmo ano, e em Nova York, em 1960.
Sua amizade com Fidel começou em meados dos anos 1970 e lhe valeu as críticas de muitos intelectuais. Mas o colombiano nunca escondeu sua admiração pelo líder cubano, a quem visitou até 2008 na ilha.
"Nossa amizade foi fruto de uma relação cultivada durante muitos anos, na qual o número de conversas, sempre amenas, para mim, somaram centenas", comentou Castro naquela ocasião.
García Márquez saiu da Colômbia em 1954, quando sua crônica no jornal "El Espectador" sobre um naufrágio, publicada anos mais tarde como "Relato de um náufrago", irritou o regime do general Gustavo Rojas Pinilla e os diretores do jornal decidiram enviá-lo para a Europa.
Viajou então para Genebra, Roma e Paris, onde concebeu e concluiu "Ninguém escreve ao coronel", em um apartamento do Quartier Latin.
Em 1961, junto com sua mulher Mercedes Barcha, chegou à Cidade do México, onde viveu a maior parte de sua vida. Na capital mexicana, tornou-se amigo do escritor mexicano Carlos Fuentes, seu parceiro na escrita de vários roteiros para cinema que não tiveram sucesso.
Depois da publicação de "Cem anos de solidão", mudou-se para Barcelona (Espanha), onde conheceu o peruano, também Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa. Os dois tiveram uma importante amizade desfeita abruptamente em 1976, com uma briga que os distanciou não apenas no campo pessoal, mas também nas posições políticas.
Os motivos desse incidente foram alvo de especulação por quase 40 anos, mas nenhum dos dois chegou a esclarecer o que ocorreu. "Vamos deixar esta pergunta sem resposta. É um acordo que García Márquez e eu temos. Vamos deixar para que nossos biógrafos, se os merecermos, investiguem a questão", declarou em 2012 o Nobel peruano.
Nos últimos anos, García Márquez esteve afastado da vida pública, devido ao seu estado de saúde. Seu último romance publicado foi "Memórias de minhas putas tristes", em 2004.
Além de sua riquíssima obra literária, deixou como legado a Fundação do Novo Jornalismo em Cartagena (Colômbia) e a Escola de Cinema de San Antonio de los Baños (Cuba).

Fonte: http://jconline.ne10.uol.com.br/ - Publicado em 17/04/2014

 

Uma ilha de paz no Centro do Recife

Achei muito legal essa reportagem do Jornal do Commercio e resolvi postá-la aqui. É realmente um lugar como poucos. Vale à pena conferir essa reportagem tão aconchegante!
A vila Santo Antônio foi erguida por volta de 1947 e resistiu ao tempo e ao processo de verticalização cada vez mais evidente no Recife.

Publicado em 20/04/2014.

Dez casas fazem parte da Vila, localizada na Rua do Riachuelo, Boa Vista. / Foto: Bobby Fabisak

Dez casas fazem parte da Vila, localizada na Rua do Riachuelo, Boa Vista.

Foto: Bobby Fabisak


Quem imaginaria que na Rua do Riachuelo, entre as problemáticas Gervásio Pires e Hospício, congestionadas de carros e lojas, existe um recanto pacato e rodeado por muito verde? A vila Santo Antônio é um pedacinho da década de 1940 que resistiu ao tempo e ao processo de verticalização cada vez mais evidente no Recife. As dez casas destoam completamente do cenário oferecido pela área comercial do bairro da Boa Vista. São todas de muros baixos, portão, com plantas e flores. Um verdadeiro sonho para os moradores que tiveram a sorte de conseguir um espaço nessa ilha localizada no meio do Centro.
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
O espaço passa despercebido por quem trafega pela Rua do Riachuelo. A viela de número 485 dá acesso à outra rua onde a vila foi erguida, por trás da quadra de um colégio e de um prédio de oito andares. Antes, tratava-se de um casarão, de 1900. Todas as dez casas foram construídas no quintal deste casarão e pertencem à família Lobo Silva. Oito estão alugadas e outras duas ocupadas pelos herdeiros de Maria do Carmo e Lindolfo Alves da Silva, idealizadores do lugar.
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
“Elas foram feitas por volta de 1947, a pedido da minha avó que queria alugar as casas. Meu avô atendeu e é assim até hoje. Apenas em duas moram membros da família”, contou Ana Cristina Lobo Silva, 47 anos. Ela é filha da única herdeira viva do casal, Maria Pompéia, de 87 anos, que inclusive nasceu no casarão. “Eu tenho a opção de sair, mas gosto muito daqui, onde vivo desde que nasci. É perto de tudo e muito tranquilo. Nem parece que é no Centro do Recife. Não escuto uma zoada”, continuou Ana. Disse ainda que a procura pelo local é enorme. “Muita gente quer morar em uma dessas casas. De todas as idades. Atualmente, muitos idosos e crianças moram aqui, mas também gente de meia idade, atrás de sossego, tranquilidade.”
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
A família do estudante de enfermagem João Araújo, de 19 anos, mora na casa de número 11 há uma década. Antes, eles tinham uma casa própria, que colocaram para alugar e, com o dinheiro, pagar a casa onde vivem atualmente. “Moramos de aluguel, agora. É como se fosse um mundo diferente do que existe lá fora. É outro planeta. Quando se fala no Centro, todo mundo pensa logo em cinza, correria, zoada. Mas não. Aqui está a prova de que tem como se viver em um bom lugar e seguro”, contou João.
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Ana Cristina comemora o fato do local oferecer segurança aos moradores. Apesar de o acesso às casas ser livre, sem portão ou grades, nenhum crime jamais foi registrado. “Nunca tivemos problemas. O único incomodo é que, às vezes, pessoas estranhas querem utilizar o estacionamento. De repente, chegamos aqui e carros estão estacionados, porque aqui é aberto. Mas fora isso, nenhum estresse”, explicou. 

Apenas uma enorme grade, de ferro, com correntes e cadeados, faz parte do cenário bucólico da vila. Ela guarda parte do casarão original, que tem a frente voltada para a Gervásio Pires. Um tesouro que também não foi entregue às gigantes da construção civil sempre em busca de construir prédios mais gigantes ainda. As dez casas e o casarão, no que depender dos proprietários, guardarão por muito tempo histórias e famílias em busca de dias diferentes da tão conhecida e exaustiva rotina  do Recife.

Fonte: http://jconline.ne10.uol.com.br/