Exploradores de verdade já morreram procurando a cidade perdida na Amazônia que é mencionada no novo filme de Indiana Jones
por Bruno Farias
Indiana Jones chega a Cuzco, no Peru, para resgatar um arqueólogo amigo, seqüestrado pelos soviéticos enquanto procurava por uma caveira de cristal com poderes mágicos. Um mistério leva a outro, e o aventureiro acaba no meio da Amazônia, em Akator, uma cidade secreta onde está escondido um segredo milenar surpreendente. Esse é o enredo do quarto filme do herói, Indiana Jones e a Caveira de Cristal, em exibição nos cinemas. Por trás da nova aventura do arqueólogo de chapéu e chicote existe uma lenda que já provocou mortes.
Desde que os europeus chegaram às Américas, existem histórias de civilizações de ouro escondidas no mato, como Eldorado e Paititi. Já o mito de Akator, que a maioria dos historiadores chama da Akakor, é bem mais recente. Surgiu em 1976, quando o jornalista alemão Karl Brugger visitou a Amazônia e conheceu o índio Tatunca Nara. Com base nos relatos de Tatunca, Brugger publicou o livro As Crônicas de Akakor.
De acordo com a obra, há 15 mil anos, uma grande civilização viveu na região da Amazônia que hoje fica entre o Brasil e o Peru. Seus habitantes teriam erguido grandes construções de pedra, parecidas com as pirâmides maias. Em seu interior, teriam escondido riquezas. A publicação provocou uma verdadeira corrida em busca de Akakor – a ponto de, em 1975, uma foto de satélite apontar o suposto local onde ficaria a cidade. Assim como o próprio Brugger, que desistiu de chegar à cidade misteriosa por ter ficado doente no caminho, todos os pesquisadores que procuraram o local voltaram de mãos abanando. Na verdade, três deles não voltaram: o americano John Reed desapareceu na mata em 1980, o suíço Herbert Wanner sumiu em 1984 e a alemã Christine Heuser saiu em busca do mistério em 1987 e nunca mais foi vista. A quarta vítima é o próprio Brugger, assassinado em um bar no Rio de Janeiro, em 1984.
Quem desconfia da história de Tatunca Nara acha que ele criou a lenda com base no mito de Eldorado e misturou a história com o fato real de que, por volta de 10000 a.C., a Amazônia foi ocupada por civilizações bastante avançadas. A polêmica, realimentada pelo filme, continua levando pesquisadores e exploradores a procurar o guia indígena. Se algum deles comprovar a existência da cidade, será o segundo a desvendar os mistérios de Akakor. O primeiro, claro, foi Indiana Jones...
Caveiras de cristal?
Ficção ainda recorre a outro mito polêmico da arqueologia
Claudio Dirani
O novo Indiana Jones cita também outro mistério mal explicado da arqueologia: as caveiras de cristal. Feitas de quartzo e capazes de dar poderes mágicos a quem as usa, elas seriam de uma tecnologia tão avançada que, para muitas pessoas, só podem ser obra de seres extraterrestres. A mais famosa delas foi encontrada em 1924 na então Honduras Britânica (hoje Belize). Apresentada pelo aventureiro inglês Frederick Mitchell-Hedges (1882-1959), ela seria usada por sacerdotes maias para provocar a morte de inimigos ou manipular as mentes das pessoas. A origem e a função da caveira de Hedges, assim como todas as outras que surgiram no decorrer do século 20, é questionada por pesquisadores, que acreditam que ela é uma criação européia do século 19. Na dúvida, o Museu Britânico, em Londres, e o Museu do Homem, em Paris, expõem suas próprias caveiras de cristal.
Fonte: Aventuras na História
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